sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Uma outra Face



Escrever sobre os meus sonhos (do inconsciente, aqueles que temos normalmente de noite) é uma das coisas que mais gosto, pois nossa consciencia adomercida é um terreno fértil para nos mostrar coisas que não vemos quando despertos, ou para acentuar o quanto estamos felizes ou apreencivos com algo. Ninguém sabe exatamente do que é feito o sonho, uma colcha de retalhos, um mosaico de momentos e sensações vividas na vida desperta, mas eles acabam falando muito do que deixamos recolhido dentro de nós.

O que vou contar agora é da sensação que tinha dentro de mim de como algumas pessoas podem ser se pudessemos vê-las por dentro...



29 de Setembro de 2002 - domingo (idade:16 anos)


"Voltava da aula à noite, vestida com uma roupa diferente e que me marcou muito no sonho, um tipo de camiseta da escola e uma outra por cima, preta, com as mangas e a gola cortadas ou rasgadas, era um tipo de roupa bem 'da hora', que fazia com que eu me sentisse diferente. Um pouco por causa disso (tipico dos sonhos materializar um sentimento ou sensação em alguma coisa) me senti mais confiante e descontraida.

Na frente de uma casa já na minha rua tinha uns caras sentados, bem bonitinhos, do tipo que eu faria um caminho diferente só para não cruzar com eles, de vergonha, pois são os tipos que mexem com meninas quietas como eu. Mas no sonho eles assoviaram querendo chamar minha atenção, fiquei corada, e mesmo me sentindo mais confiante, hesitei em olhar para eles, mesmo percebendo que não era de zuação, só dei um risinho sem jeito notando que um deles também sorria timidamente para mim. Fui para minha casa, entrei ainda distraida pela cena com os meninos e quando cheguei na sala...esbarrei com uma garota bem galinha da minha turma do 1° colegial (que infelizmente tinha o mesmo nome que eu), sentada folgadona no sofá da sala. Me espantei...ela ficou me olhando e com um sorrisinho cínico no canto dos lábios me cumprimentou com um "Oi". Não me dei ao trabalho de responder, só perguntei prontamente:

- O que você tá fazendo aqui?!

- Seu irmão me convidou pra vir aqui.

- Meu irmão... - murmurei pensativa. Ela fez sinal de que era aquilo mesmo, mas mesmo assim estranhei, fazendo uma cara de "meu irmão se envolvendo com esse tipinho de garota, fala sério..." e fui indo para o meu quarto, mas na entrada no corredor para os quartos ela entrou em minha frente, me perguntando:

- Você é irmã dele mesmo? Nem parece...

Olhei para ela e vendo aquela figurinha patética, simplesmente tirei-a do meu caminho, empurrando-a e falei no corredo sem olhar para trás

- Vai te catar!


Enquanto estava no meu quarto, esqueci aquela garota. Tirei a bolsa que usava transversalmente e fiquei me olhando no espelho, vendo a roupa que vestia, me sentindo muito bem mesmo de estar vestindo algo tão descolado...

Parecia que iria para São Paulo aquela noite e só tinha voltado para pegar minha mochila. Quando voltei à sala aquela 'coisa' ainda estava lá, porém a sala estava na maior escuridão. Vi que a mãe de uma amiga minha sentava-se em um dos sofás que fica ao lado do telefone, usando ele para ligar para a filha, avisando que já estava voltando (e não sei o que ela fazia em minha casa) e aquela putinha que também estava de saída disse dissimuladamente:

- Bom gente, deixa eu ir indo...

Como se nós estivessemos felizes por ela estar ali ou à vontade com sua presença. Ela foi em direção à mãe dessa minha amiga e lhe deu um beijo no rosto, deixando depois sua face para ser beijada também, esperando que a mulher retribuisse o gesto de despedida. A senhora ficou bem desconcertada com a atitude da menina (e sinceramente eu também) como se estivesse se perguntando "O que essa...menina quer de mim?" e a outra lá, esperando. Não vendo outra alternativa, a mãe da minha amiga acabou beijando essa galinha, só para que ela fosse embora logo e bem nessa hora um caminhão passou na rua, com os faróis altos, iluminando boa parta da sala e comm isto o rosto daquela nojenta e o que aconteceu em seguida foi esquisito e um pouco assustador...a luz que passou não iluminou seu rostinho 'bonitinho' e sim a face de uma velha horrível, de aspecto rabugento e mesquinho (deu pra ver tudo isso e muito mais, sua feiura interna era mesmo feia), na hora saquei que a luminosidade revelou o que ela relamente é por dentro, uma parte que infelizmente quase ninguém percebe ou quer ver (principalmente os idiotas dos garotos), quando a luz se foi o rosto dela voltou ao normal. Ela foi embora e também sai, para encontrar um carro a minha espera para que fossemos logo para SP..."

0 comentários: