quinta-feira, 18 de março de 2010

De repente a mudança

Não mais que de repente, embora pareça um século, é assim que é o tempo, um sopro e uma eternidade.

E me vejo de repente espantada. Já estou aqui, já cheguei aqui, era aqui que queria estar, era enfim isso que queria alcançar, então...e agora? Não que não tenha nada mais para alcançar, mas acho que me esqueci de renovar a lista de pretensões. Essa esta expirando, chegando ao fim, e quando se chega ao fim disso vem sentimentos estranhos e contraditórios como realização e saudade, contentamento e vazio. O fim de um ciclo enfim e ai que me lembro que mal tinha pensado nele e quando penso nisso parece que foi ontem que começou. Fico ainda mais espantada quando percebo que não é o primeiro ciclo que se fechou, mas já não consigo me lembrar com tanta clareza dos anteriores. Estou ficando velha? Nossa, isso é mais engraçado do que imaginei. Surpreendente e assustador ao mesmo tempo. Ficar velha é então começar a ver o que ficou para trás, o que aconteceu de mais memoravel ou mais simples nestes trechos da vida que pareciam uma eternidade para passar, mas que foram tão rapidos, como retratos que vão ficam meio difusos, e cada vez mais difusos? É estranho também. Perceber que cheguei ao final do caminho imaginario que tracei para mim desde o momento em que comecei a pensar nessa estrada desconhecida chamada 'futuro'. Agora vejo brumas e a luz para clarear novamente esse caminho é começar a imaginar e tecer o meu futuro daqui para frente, começar a destrinçar essa incognita cada vez mais iminente de resposta.