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terça-feira, 31 de março de 2009

Doce Amargo


Acabei de assistir um suspense muito interessante institulado no Brasil como Menina Má.Com (Hard Candy, 2005), protagonizado pela fofa e talentosa Ellen Page (Juno; Um Crime Americano). Para os que gostam de ação esta talvez não seja a melhor opção, pois o sua trama é quase puramente psicologica, daquelas que te deixam até um pouco nervoso e desconfortável. Mas é muito boa. São poucos personagens e um cenário de ação único (uma casa com paredes de um vermelho chocante, muitas vezes contrastando com o resto do ambiente, dando a impressão constante de tensão e perigo). A história inicialmente é básica e quase somos levados a pensar que já sabemos o que vai acontecer. A primeira cena é de uma conversa num bate-papo na internet. Temos um fotografo maduro querendo se encontrar com uma adolescente de 14 anos. O encontro acontece, o homem é atraente e bem apessoado e a garota bastante madura e inteligente. Eles conversam, se afeiçoam, e apesar do misterioso Jeff (Patrick Wilson, o Dan Dreiberg (Coruja) de Watchmen) parecer não querer levá-la para sua casa, ele próprio cria as circunstancias para isso acontecer. Eles vão e achamos que esta ai um cenário perfeito para um possivel abuso ou depravação. Mas é ai que as coisas e os vilões começam a mudar.
Hayley (Ellen Page) parece quase androgina (pelo cabelo curto e as roupas estilo basico temos dificuldade, em certas horas, de saber se é uma menina mesmo ou um menino, pois suas atitudes são bastante dubias). A história, assim como as paredes brancas e pêssego que mudam para as impactantes vermelhas dos outros aposentos, tem uma reviravolta e começa a ficar intensa e complicada.

"Máquinas, computadores...permitem te esconder não é? Tão seguro...(...) É verdade que estava drogado. E a droga era uma doce pequena de 14 anos."

Temos aqui um dos problemas mais sérios envolvendo a era da internet: a pedofilia. A maneira fácil e sedutora de se atrair crianças para esse crime hediondo, de se obter ou disseminar esse tipo de material, e de como podemos ser enganados por quem menos desconfiamos. Não temos em nenhum momento uma clara confissão do agressor em relação aos seus crimes, por isso pendemos entre acreditar em Hayley ou achar que ela esta exagerando na sua tortura. Mas esses caras são bons para se esconderem atrás da boa máscara de cidadão padrão, e mesmo sob pressão constante Jeff não abre o jogo e nos sentimos cada vez mais tensos quanto aos limites psicologicos que a garota pode chegar para executar sua vingança.


"Foi você quem veio até mim". Isso é o que todos dizem, os pedófilos. "Ela era tão sensual, ela estava pedindo isso". Ou "Ela era uma garota mas agia como uma adulta." É tão fácil culpar uma criança, não é? Não é porque uma criança consegue imitar uma mulher que significa que esta preparada para fazer o mesmo que um adulto. E você é o adulto aqui. Se uma criança está aprendendo e faz um comentario malicioso, ignore-o, não o encoraje. Se uma criança diz "Ei, vamos beber umas vodkas!" tire-lhe a bebida e não a encoraje a beber mais um copo!"
O enredo é incrivel, assim como a atuação de Page, mais adulta e intensa do que muitas estrelas mirins hollywoodyanas (mirins mesmo e não tendo 20 anos, fingindo que tem 15, o rostinho de pré-adolescente dela contrastava direto com as palavras e momentos fortes que ela proporcionava). Me lembrou a trama de Stephen King, Jogo Perigoso (Gerald's Game) que por quase 100 páginas me fez apelida-lo de Jogo Tedioso, pois não tinha muito 'ação', algumas vezes esses suspenses quase nos põem loucos, pois lidam muito mais com o psicologico do que com qualquer outra parte de nós, como se estivessemos presos dentro de um saco de borracha em pleno sol de verão às 2 da tarde. Claustrofobico. Mas ainda assim incrivel e chocante. Porque a realidade choca. Nos dois casos temos histórias de abuso e tortura, pela agonia das lembranças do passado ou por uma little girl sádica que usa dos meios mais psicologicamente doentios para punir o agressor de muitas garotas da idade dela, ou ainda mais novas... Uma boa denúncia contra esse tipo de crime.
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Curiosidade: Hoje assisti a outro filme com a Ellen Page, o Juno. Será apenas coincidencia que neste filme (realizado um bom tempo depois) ela use um casaquinho vermelho de capuz muito parecido com o que ela usa em Menina Má.com?

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Dois luxos e um lixo

PLATAFORMA DO MEDO (Creep - 2004)
Eu não botava muita fé quando peguei esse filme. Tudo o que tem “medo” “morte” “terror” “maldito” no nome já me soa meio fajuto, mas eu esqueço que os que ‘traduzem’ os nomes originais para o Brasil parecem nunca saber o que estão traduzindo, e normalmente destroem o sentido original fazendo o titulo parecer chamativo para quem só quer um filme de terror e babaca para os que gostam desse gênero. Mas, diferente de outros, com esse eu me enganei. Temos uma anti-heroina interpretada pela alemã Franka Potente (de Corra Lola Corra), que tem o maior jeito de “vagaba”, e é muito difícil se simpatizar com ela, rs. Ela já começa fazendo cagada quando adormece na estação do metrô enquanto espera condução que a leve para um possível encontro com George Cloney (para uma noite erótica talvez...) que estaria passando pela cidade (Londres), já que a amiga que iria acompanhá-la lhe dá um bolo. É uma situação meio inusitada e pela qual qualquer um pode acabar passando (principalmente depois de umas boas doses de álcool em combinação com o fatídico sono as altas horas da noite), ficar preso dentro de algum lugar depois do fechamento simplesmente porque alguém se esqueceu de ver que você estava ali. É particularmente um desejo meu que isso acontecesse um dia (principalmente se me esquecesse dentro de um shopping sozinha, rarara), mas claro que não para viver a mesma situação arrepiante da protagonista. Presa dentro da estação, ela se vê perseguida por uma criatura inumana em cenários de perder o fôlego (as cenas dos corredores sem fim de azulejos monocromáticos e limpos do metrô são ótimas, me lembrando muito o terceiro jogo de Silent Hill). Para mim um cenário moderno, porém solitário e silencioso, além de imenso, pode ser mais assustador do que qualquer casa mal assombrada ou velha, o perigo parece muito mais iminente. Além claro, do labirinto decrépito das linhas desativadas do metrô por onde ela tenta fugir, encontrando muita bizarrice e situações doentias pelo caminho. Esses cenários claustrofóbicos me lembram um conto que li certa vez chamado “Ratos no Cemitério”, em que um coveiro tentava descobrir o mistério por trás do sumiço de corpos de suas covas. Ele resolve entrar em uma, achando um buraco por onde ratos gigantes arrastavam os corpos para dentro de um labirinto subterrâneo, onde os cadáveres se transformavam em espécies de zumbis, vivendo junto com os ratos anormais, no final o coveiro, lutando desesperadamente para se livrar daquele lugar, se vê preso para sempre dentro dele, bruuuu.
É um filme ótimo para os que gostam do gênero, genuinamente assustador e impactante.




ARQUIVO X - EU QUERO ACREDITAR (X-Files I Want to Believe - 2008)
Não vou dar muita opnião sobre este filme, uma vez que conheço pouco sobre Arquivo X, vi uma coisa aqui outra ali, joguei um pouco do jogo (péssimo que lançou para um console já falido), mas sei que se trata de uma boa série e talvez até bons filmes, mas este...na moda das continuações de filmes antigos, X-files também fez a sua seqüência fraquíssima (até do Rambo 4 eu gostei mais). Achei que pudesse entender alguma coisa de Arquivo X assistindo a esse filme, mas é uma tristeza do começo ao fim: Um filme monótono, cansativo, confuso...nem mesmo cheguei a assistir até o final, pois não agüentei chegar nele. Não percam tempo (só gostei do poster, ehehe).



CASA DAS COELHINHAS (House Bunny - 2008)
A atriz Anna Farris aproveitou as madeixas loiras com que interpretou a sátira de Karen (O Grito) em Todo mundo em Pânico 4 para fazer esse filme mui divertido chamado House Bunny (nome dado as coelhinhas da Playboy), quando vi o titulo achei que fosse alguma coisa de sacanagem (tipo American Pie ou coisa do gênero), mas me surpreendi. Não que a loira oxigenada se revele um crânio (estilo Legalmente Loira), mas ela é muito doce e compreensiva, tendo sido educada por uma espécie de ‘manual de conduta’ da Playboy, valorizando a beleza exterior e fazendo-a entender a importância da interior. Criada num orfanato, Shelley tem um senso familiar e afeição muito grande, por isso quando encontra uma fraternidade de garotas nerds em decadência resolve ser sua fada madrinha, fazendo-as entender a importância de se valorizarem, e claro, de serem muito 'sexys', rsrss. Muito legal, um bom divertimento!


quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Desfavorita TV


Só agora voltei a ter inspiração (se é que se pode chamar esse tênue filete de inspiração) para escrever. Na verdade isso eu escrevi há quase uma semana, mas como tinham cortado a net, ficou só no doc, agora vai. A pedido da minha mãe, tive que ficar assistindo o último capitulo da novela das oito “A Favorita”, na ultima sexta, para lhe contar depois o que aconteceu, já que ela não podia ficar acordada para assistir. Depois disso pretendia assistir um filme de terror (Plataforma do medo), mas como os insuportáveis vizinhos estão fazendo um churrasco com forró no ultimo volume, acho que não teria clima (uma vez que a baderna que eles fazem é quase como se fosse dentro da minha casa.........).


De A Favorita devo dizer que me segurei em vários momentos para não rir e da mesma forma para não vomitar. A única coisa que me impressionou foi na queda da qualidade de um dos horários que era o mais rentável da Globo. Novela após novela só vejo a coisa ficar pior, a audiência cair. Quem sabe agora com Caminho das Índias, a coisa mude, já que fazer uma novela daquele país é uma coisa realmente promissora (mas prometo não usar a produção no meu TCC sobre a Índia, rsrsrs). Mas será que a Globo embarcou na onda ‘emergente’ com novelas dos países em ascensão com Negócio da China no horário das 6 e agora a Índia, só ta faltando a Rússia pra completar o bloco dos BRIC! Bem, mas voltando ao fiasco A Favorita, sim, para os noveleiros de plantão ela pode ter sido uma boa novela, mas para mim que parei de assistir novela a um tempão e quando o faço não consigo deixar de reparar na ficção dela, poucas me impressionando atualmente. Não cheguei a assistir muito desta, apenas relances aqui e ali, e pelo final não perdi mta coisa. Um final melodramático (como deve ter sido a novela toda), com personagens forçados em seus papeis, alguns irritantes ao extremo, como as opostas mocinha Donatela (Claudia Raia) e vilã Flora (Patrícia Pillar). Deus, quem em seu juízo perfeito (ta bom, falar assim eu também estaria incluindo minha mãe, mas.....sorry mommy....) conseguia agüentar aquela chorosa Donatela com seu sotaque roceiro forçado, sempre com seu “peloamordedeus...blablabla.....” e uma malvadona Flora sempre com sua arma na mão dando uma de ‘eu sou má até a raiz do cabelo e posso tudo porque tenho uma arma e vou atirar em você!’, com aquele discurso diabólico de mau caráter violenta, tentando parecer mesmo uma bandida da pior espécie soltando coisas “chocantes” como “Depois vou matar ele com um tiro na cabeça” ou “você é uma frouxa porque não quis matar sua mãe”, mas que no fim só davam vontade de revirar os olhos, tamanha a péssima atuação, sim Patrícia, você já fez coisa muito melhor e sinceramente o papel de vilã (pelo menos esse tipo de vilã) não lhe cai bem. O final arrastado só serviu pra segurar as pessoas na cadeira em frente à TV, pois foi previsível, afinal, como o Zé Bobo (que nome ridículo, rsrsrsrssrs) mesmo disse ‘se ela quisesse matar alguém teria feito isso de uma vez’ e se fosse uma pessoa tão profissional assim não teria esperado o sangue subir pra começar a atirar e ser alvejada no final por uma universitária bonequinha. Aiai....me deu bocejos....


O resto do final foi de enrolações igualmente previsíveis da classe médias/altas do elenco. Teve até a aparição de um pobre (e velho) cachorro na casa do casalzinho protagonista feliz que deu até pena, pobrezinho, ou era castrado ou deram calmante pro bichinho de tão apático e imóvel que ele era, aiaiai......
Mas as menininhas da roça cantando no final até que foi bonitinho (com voz imensamente melhores que as das menininhas que apareceram cantando no mesmo capitulo) puxando finalmente o final dessa novela que não posso chamar de péssima porque não assisti direito, mas acredito não ter passado do mediano. E que venha as Índias para trazer um ar novo para o horário nobre.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Os fantasmas nos espelhos


“Há um conto sobre o fantasma que assombra este hotel sombrio, perdido para sempre, incapaz de encontrar a saída. Noite após noite, ele experimenta cada porta no corredor sem fim, mas nenhuma se abre para ele.

Assisti dois filmes e encontrei uma resenha que fizera de um jogo oriental essa semana. Todos me remeteram novamente ao assunto ‘lendas urbanas’ e o modo como elas podem ser fascinantes e assustadoras.
O primeiro foi o recente Mirrors (Espelhos do Medo), refilmagem de um filme coreano e o segundo o também recente O Orfanato (El Orfanato). Os dois me fizeram lembrar também duas edições da revista em quadrinhos Spawn, que costumava colecionar (antes do preço ir pras alturas e a qualidade lá pra baixo), o primeiro numa pequena série de edições chamada “A Ponte” (# 114/115), ambientada no Japão, contando sobre uma lenda oriental antiga que se entrelaçava com uma lenda urbana atual, sobre um hotel assombrado. O Segundo com outra série chamada “Sete fantasmas e meio” (#130/131), sobre uma casa que abrigava fantasmas de várias épocas, e um que ainda não tinha atravessado o limitar total da morte, mas também não estava vivo. Lendas urbanas me fascinam pois são aquelas coisas contadas que você diz “Meu, eu não acredito nisso, é só história!”, mas no fundo você sente um arrepio e de verdade, prefere não entrar naquela casa estranha e abandonada ou fazer uma brincadeira que possa supostamente culminar numa coisa ruim, mesmo que diga que não acredita em nada disso. Esse sentimento de precaução, de medo contido é o que faz as lendas ganharem força e irem passando de um para o outro pelos tempos.


Vou falar primeiro do Mirrors, que me lembra muito isso. Não apenas pelo decorrer da historias, mas principalmente pelo seu final, clássico para lendas urbanas. E que se parece com o A Ponte, em que o protagonista, tentando confrontar o seu medo e solucionar as coisas, acaba perdido, como um fantasma, para sempre aprisionado dentro do espelho, ou do corredor sem fim, cujas portas não se abrem. Lembro que quando vi só um pedacinho do começo do filme (que conta com o ator consagrado por seu Jack Bauer, 24 horas, na verdade, ai ele parece uma versão aposentada do Bauer, rsrs), não achei grandes coisas, parecia um daqueles de terror sobrenatural, com mortes seqüenciais e violentas. Mas foi um engano passageiro. Depois que vi o resto achei a história muito interessante, com cenas fortes, e um ambiente promissor para contos de fantasmas (claro que o oriental deve ser muito melhor, como sempre, mas como ainda não o vi), me lembrando em alguns aspectos o meu favorito Silent Hill. E em alguns também me lembravam as perseguições de 24 horas, digamos que uma versão ‘supernatural’ rsrsrsrs, e até cheguei a pensar com graça, perto do final, em que o protagonista sai do prédio assombrado com aqueles ferimentos manjados que “O cara é o Jack Bauer, ele sobrevive até a bomba atômica, claro que ele ia resolver tudo e se safar no final”, mas ai eu comecei a perceber que ninguém dava bola pra ele, mas continuei pensando “Putz, o cara é tão fodão que nem precisa da ajuda de ninguém, sai na raça de um confronto com um demônio furioso!”, mas ai ele também percebeu que ninguém tava dando bola pra ele. E começa a reparar que ninguém enxergava ele e que tudo o que ele via era ao contrário....como se estivesse num espelho. E desesperado ele vaga pela cidade, percebendo que se tornou uma mera sombra no mundo invertido que existe do outro lado do espelho....Bem, sorry Kiefer Sutherland, mas num conto de fantasmas cujo tema são lendas urbanas, o final normalmente não é bom pra quem protagoniza, e essa não foi sua vez se dar bem.


“Os fantasmas estão sempre famintos” R. D. Jameson




sábado, 20 de dezembro de 2008

O GRITO 2




Decepcionante. Apesar da maioria das seqüências não te tornarem bons filmes, eu ainda acreditava que a seqüência da versão americana de Ju-on - O Grito 2, fosse ser melhor do que foi. Na verdade não foi. Deixou de ser em muitos aspectos.

Versões americanas de filmes orientais já me soam como falta de criatividade. Mas vá lá, até que saem algumas coisas interessantes, como os clássicos da atualidade: O Chamado e O Grito. Prefiro mais O Grito. The Grudge (Ju-on), conseguiu me cativar com Sarah Michelle Gellar (a Buffy, caçadora de vampiros), a americana vivendo no estranho mundo de Tóquio (ao invés de transportarem a historia para Nova York, por exemplo, e fazer uma cagada colossal, destruindo o idéia oriental do “rancor” pós morte, que dá nome ao filme). Existe uma seqüência oriental para Ju-on (talvez até melhor que o primeiro), mas o segundo filme americano não segue a historia deste, infelizmente. Tentaram criar uma história a parte, seguindo diretamente do final do primeiro filme. Talvez tivessem a esperança de criar uma continuação melhor que a dos japoneses, bom, ficou só na esperança mesmo, pois o filme descamba ladeira a abaixo o tempo todo.

A idéia dessa seqüência é fazer uma outra americana reviver a lenda de Kayako e da sua casa amaldiçoada, cujo fantasma persegue todos que lá entrarem. Então inventaram uma irmãzinha da Karen (Gellar), a aspirante a Jade em carinha de choro, Aubrey (Amber Tamblyn), que foi alias, a menina que morre pela maldição de Samara no começo de O Chamado. A mãe a despacha para lá a fim de resgatar sua irmã, que parece ter pirado na terra do sol nascente. Paralelo a isso temos duas outras histórias: a de um grupo de meninas de um colégio de Tóquio que resolvem ir fazer uma “brincadeira” na casa amaldiçoada do filme e de uma família em terras americanas, que se muda para um prédio, onde estranhos acontecimentos começam a perturbar a rotina da família. Essa idéia de ‘histórias intercaladas’, que parecem não ter ligação, como um enorme quebra-cabeça, que você vai montando ao longo do filme e no final tudo se encaixa também é um recurso que os orientais usam muito em seus filmes, alias, eles são bem complicados de entender justamente por isso, exigem bastante atenção de quem os assiste. No primeiro filme eles utilizaram desse recurso de maneira muito convincente, mas dessa vez...

A história perdeu muito em sustos inúteis, tão manjados que não assustavam ninguém (eu pelo menos já estava preparada para a carinha de olhos esbugalhados da Kayako saindo de algum lugar escuro com aqueles imensos cabelos negros, ou aquele moleque azulado com seu miado de gato, conta outra vai...), ficou confuso tentando usar a intercalação de historias, para
explicar uma coisa que ficou ainda mais confusa no final. A personagem americana é quase risível, ela não faz nada de útil na historia e tem uma morte ainda mais estúpida e sem sentido. As três garotas que vão “brincar” na casa utilizam de uma abordagem bastante forçadoa do ‘vamos assustar a CDF jogando ela no local mais assustador da casa’, essa cena alias, é do primeiro filme oriental, que não existe no primeiro Grudge americano, há umas mistureba dessa historia das garotas do primeiro filme, que não convence nem um pouco...A família americana só estou entendendo agora...a principal idéia dessa seqüência é que o fantasma vingador agora pode sair dos limites da casa amaldiçoada (perai, isso não lembra uma certa sequencia de um certo outro filme que os americanos adaptaram? O Chamado 2 também usava essa idéia, aiai, não é só pela personagem principal também ter sido do Ring, mas muitas coisas nesse Grito 2 me lembram O Chamado, isso seria falta de criatividade elevada ao quadrado?), a moça da brincaderia na casa agora vive naquele prédio e a maldição do fantasma foi junto com ela, que acaba meio que ‘envenenando’ todo o andar em que moram. Na verdade, é a isso que se deve a única cena mais criativa do filme (cena inicial), em que um marido que se sente traído discute com a mulher, e ainda reclama da porcaria do breakfast que ela faz. Ela em seguida, sem o menor aviso ou mudança de humor, derrama oleo quente de uma frigideira na cabeça dele, depois o acerta com ela. Foi assim também que começou o primeiro The Grudge, com o persongem de Bill Pulman se jogando sem mais nem menos da varanda de seu apartamento. Sabemos que algo não vai dar certo desde o começo, mas o final deste não poderia ser pior.

E não digo que esse filme não tinha chance de ser melhor. Ele tinha potencial pra ser muito melhor, em vários momentos esperei que finalmente a coisa deslanchasse, que acabassem os clichês, as enrolações, os manjadinhos ‘grunidos’ gutuais dos fantasmas(que me deixavam muito mais irritada do que assustada, de tão exagerados que foram dessa vez). Mas não souberam aproveitar nada. Primeiro tentaram criar uma outra historia por cima de pedaços recortados não aproveitados do primeiro Ju-on. Depois desperdiçaram partes importantes da historia que iria esclarecer (afinal, a idéia de uma continuação dessa é enfim dizer de onde vem o fantasma, porque ele odeia tanto todo mundo e blábláblá) o que o filme mesmo se propôs a fazer (afinal, todo o carnaval em cima do ‘vamos saber de onde Kayako veio’ não valeu de nada....), me deu a impressão de, por ter a ver com costumes orientais, rituais e tudo o mais, eles não souberam o que fazer ou como explicar direito, e ficou tudo muito vago, e o motivo foi bem fraco do modo inexplorado no qual foi apresentado. No final o final não foi feliz para ninguém, a família americana é dizimada, mas de maneira fútil, bem hollywodiano mesmo, há várias pontas soltas e motivos idiotas para as coisas acontecerem. Só não dou nota 0 pela cena da frigideira, aquela foi boa!
Ahh, e claro, a brincadeira que fizeram com o a apresentação das distribuidoras, em que a estátua da Columbia se tranforma aos poucos no fantasma do filme. Criativo!
No mais, não percam tempo com esse filme. E procurem a seqüência original japonesa se realmente quiserem se assustar.



domingo, 14 de dezembro de 2008

O Quatrilho

É, isso vai soar estranho, eu gosto de rock, bruxas, livros de terror, e vou indicar....literatura romântica sobre imigrantes italianos? Calma, esse livro, por incrível que pareça, passa longe do Terra Nostra e daquelas historinhas manjadas dos italianos que vieram para o Brasil, va bene! Sério. Essa obra do José Clemente Pozzenato, que virou filme em 95 e foi indicado ao Oscar como melhor filme estrangeiro, com Patricia Pillar e Glória Pires me cativou quando li (e eu tinha verdadeiro pavor dessas histórias de italiano, sério, aquelas novelas me deixavam atemorrizada quanto ao futuro da criatividade brasileira). Primeiro porque é uma trama fechada, não temos uma penca de gente que veio ganhar a vida no Brasil e blablabla, com os senhores brasileiros a lhes ditar regras e eles tentando 'conseguir seus direitos' e blablabla.....todo mundo já sabe que isso acontece mesmo, então não há muita enrolação em cima deste tema, somos apresentados a dois casais italianos que vem para o Brasil e que decidem morar na mesma casa, numa cidade do Sul. A inocencia inicial em compartilhar o mesmo teto vai criando um verdadeiro terreno para o adultério, é muito legal ir constatando que o marido de uma é a cara da mulher do outro e de que como se eles simplesmente 'trocassem' de mulheres os pares ficariam perfeitos. É interessante perceber isso acontecendo aos poucos, o que nutre até um sentimento de esperança que a 'troca' realmente aconteça e dê certo (sem nenhum final trágico ou algo do gênero, bem shakespereano e típico de novela), para que os casais possam ser felizes com sua (literalmente) verdadeira cara-metade. Recomendado!

sábado, 13 de dezembro de 2008

As Pupilas do Sr. Reitor

Esse é para as (ou os) que gostam de histórias românticas, leves, sem exageros, do tipo “água com açucar”. Sem dúvida As Pupilas é um dos melhores livros que já li. Mas não me encantei de primeira, demorou mais de um ano desde o dia em que o comprei num sebo e para ter coragem de lê-lo. Na verdade eu nem sabia direito porque tinha comprado, parecia um daqueles livros meio maçantes de literatura clássica e que eu não tinha animo para ler. Mas quando o peguei não quis mais largar. Sabe aquelas histórias românticas sobre você conhecer alguém na infância, parece que iam viver juntos para sempre, mas algo os faz se separarem. E daí muito tempo depois os seus destinos voltam a se reeencontrar, mas ai....ele já não lembra dela! E ela morre de vergonha de chegar perto dele pois ele virou um rapaz muito atraente e que chama a atenção de muitas garotas, e ela é só uma pobre rapariga. Bem, acho que em algum lugar você já deve ter visto historia parecida, principalmente naqueles filmes americanos que adoram abordar o tema “Como esses dois vão ficar juntos?”. São histórias divertidas, mas eu prefiro esse doce livro do português Julio Dinis. É muito cativante a sua história de Margarida, Clara e Daniel. Leitura recomendada para os que gostam do gênero.

domingo, 19 de outubro de 2008

SILENT HILL




Assisti Silent Hill ontem, intitulado no Brasil como Terror em Silent Hill (desnecessário, já que Silent Hill já é o próprio terror). Fiquei quase emocionada com a fidelidade do filme aos jogos da série da qual sou fã. Acho que nunca vi uma adaptação tão boa. Música, cenários, acontecimentos, detalhes e personagens relembrando o game onde era possível e até impossível. Era quase como assistir ao jogo, e com isso reviver momentos nos quais passamos jogando essa ou aquela parte. E as músicas então, compostas pelo autor original da série, Akira Yamaoka, me deixaram até arrepiada. Além do jogo, sou uma grande fã da trilha sonora de Silent Hill e tenho todas, dos 4 games. Ouço muito, boa parte é instrumental e isso me inspira bastante na escrita. É um jogo diferente, e de longe tem umas das trilhas mais bem boladas que já vi, tudo a ver com o clima de drama e tensão da série. Todas as músicas tocadas no filme são do jogo (que barato!) e me lembro de cada uma delas pelas inúmeras vezes em que ouvi e dos momentos em que tocaram no jogo (como Letter – from the Lost Days (3º SH) que toca no carro de Rose quando está indo para Silent Hill com a filha Sharon, toca no carro em Silent Hill 3 quando Heather (a Sharon (ou Cheryl, no jogo) já adolescente, com outro nome e sem memória) esta indo para o mesmo lugar. Promise (2º SH) todas as vezes em que Rose reencontra Sharon (ou Dark Alessa) em algum lugar. A belíssima Dance with Night Wind (3º SH) quando Christabella leva Rose e Cybil para o lugar onde podem encontrar Sharon. Never forget me, Never forget me (3º SH) e Claw Finger (1º SH) na partida da cidade, Sadness (2º SH) na chegada em casa (e a certeza de que Rose nunca mais voltará ao mundo real, embora ela desconheça isso) e a brevíssima Lost Carol no final (com a certeza de Chris que ela sempre estará por perto, embora separados para sempre por uma tênue linha de realidade) além de muitas outras espalhadas durante a trama).
Os acontecimentos também nos levam ao 1º e 3º Silent Hills, dos quais acredito terem sido a base principal para a confecção do filme, embora tenha alguns elementos do 2º jogo (que se passa na cidade, mas não tem a ver diretamente com a história do primeiro, que só retorna no 3º game. O 4º jogo não é mencionado por ter uma trama a parte da série), como o temido inimigo Piramide Head aquele com uma espada enorme que apavora a todos tanto no jogo quanto no filme. James, o protagonista do primeiro Silent Hill é substituído por Rose no filme sem alterar a força da participação (acho que até ficou melhor como uma mulher), e o inicio do longa é idêntico ao do jogo, a policial Cybil que os persegue também é igualzinha (caramba!). A cidade é quase como tirada do pesadelo da Konami, como se de repente o game tivesse ganhado formas humanas e reais. O modo como a névoa cobre tudo, sem que se possa ver um palmo na frente do nariz, as cinzas, a interferência que os monstros transmitem a aparelhos eletrônicos (que no jogo era um radinho que o personagem carregava e que ajudava a saber quando um inimigo se aproximava, já que não se via nada a longa distancia, no movie sabiamente transformado num celular que a personagem carrega o tempo todo pendurado no pescoço), e aqui um parênteses, os monstros também i-dên-ti-cos (usando poucos efeitos especiais, muito bom!), a transformação de ‘realidades’, quando tudo escurece e a cidade parece cair numa outra dimensão, sombria, onde tudo esta enferrujado, destruído ou sujo, e que medo dessa dimensão infernal! Assim como no game, o efeito ‘escuro’ foi preservado, não se podendo ver quase nada sem a ajuda de uma lanterna (tornando o clima ainda mais assustador, já que uma coisa é estar na névoa de dia, outra é no escuro). “Somente o demônio abre e fecha o portal de Silent Hill”. As saídas de Silent Hill são bloqueadas por enormes rombos no asfalto (como se uma mão imensa tivesse partido as estradas que ligam a cidade ao mundo) recriados perfeitamente.
Outra coisa que achei mais do que incrível foram aspectos que talvez se me dissessem que pudessem ir parar no filme eu teria rido, mas depois de ver o resultado...Jogos no estilo de Silent Hill (normalmente classificado como survival horror) são cheios de mistérios e quebra-cabeças, do tipo que você tem que pensar para resolver e avançar no game. E não é que colocaram isso no filmes também! Em muitas situações a personagem tem que resolver alguns enigmas para tentar encontrar a filha e nem de longe isso parece forçado para que se pareça com o jogo. Pistas deixadas por Dark Alessa (que Rose acredita ser Sharon) fazem a mulher ir daqui para lá numa busca desesperada, assim como acontecia com James no 1º SH, passando por lugares como a Midwich Elementary School e o Grand Hotel (onde há elementos do 1º e do 3º game, como a pista na boca do estuprador de Alessa que é encontrado no mesmo sanitário que a menina se escondeu depois de ser violada, numa posição bem SH mesmo (que deixa corpos espalhados pelas grades das maneiras mais estranhas, do jeitinho do jogo), que indica o hotel, o quadro encontrado lá que escondia uma porta (no 3º jogo esconde uma entrada também). Depois Rose tem de atravessar um poço pulando por ferros estreitos e perigosos (tem coisa mais vídeo game do que a prova do ‘atravessar um abismo pulando pelas coisas mais finas possíveis sem cair la embaixo’, não há quem não fique p...., é um teste de paciência e habilidade, rsrsrs, perfeito!) e o melhor de tudo, esse me agradou particularmente, pode não ter nada de mais pra qualquer outro jogador, mas cada um tem sua particularidade e a minha é não viver sem um mapa enquanto estou jogando um game desta estirpe. E o que Rose faz para se localizar numa cidade como Silent Hill? Mapas. A única forma de encontrar a filha é saber para onde ir e onde ficam os lugares que são indicados nas pistas que encontra, e pela cidade ela corre ao som de Wounded Warsong (musica do 4º jogo que me surpreendeu por estar ai) se localizando pelos mapas espalhados pelas ruas (quase como eu vendo onde estava no 1º game, era a mesma coisa! Até o nome das ruas são iguais). Ou perto do final, quando ela tem que ir “Nas trevas onde o Demônio habita” encontrar a filha (na verdade o pavoroso Brookhaven Hospital , que é o cenário mais terrível principalmente no 3º SH, “o demônio esta nas entranhas deste prédio", disso eu não tinha dúvida) e precisa memorizar um quadro com todos os mapas “sua memória pode salvar sua vida”, são simplesmente os mesmos mapas que usava pra não me perder dentro daqueles corredores assustadores, e até o quarto final onde ‘habitam as trevas’ é o mesmo do game, um quarto no final de um corredor que não existia até determinado momento e depois de entrar por ele SH vira para a sua versão ‘infernal’ onde tudo fica escuro e enferrujado, genial!
O elevador despenca levando Rose até o subsolo do hospital ao encontro das trevas é semelhante a cena de Heather no 3º SH, quando o elevador desce rapidamente fazendo-a entrar pela primeira vez na dimensão infernal (alias, a Rose me lembra muito a protagonista do terceiro jogo, será coincidência?). As enfermeiras malignas que ela encontra lá embaixo me lembram o horror que era encontrar uma dessas nos corredores do game, como elas não puderam estar no filme, as reuniram numa única e assustadora ocasião.
Como não cheguei a terminar o primeiro jogo (ave, que difícil era!) não sei se a história de Silent Hill é contada no final, mas não entendia bem como o jogo tinha começado, qual era o motivo da cidade ser o que era e no filme tive uma boa visão disso, e pude compreender muita coisa que ficou meio nebulosa no tempo em que joguei a série até o 3º jogo, quando o demônio(com a forma de Dark Alessa) conta a história de Alessa para Rose e combinam uma forma de cada um ter o que quer (Rose a filha e o demônio o poder de entrar no único lugar bloqueado para ele em Silent Hill e assim acabar com todos os que sobraram na cidade, vingando Alessa, o que deixa bem evidente o fato dela trazer as ‘trevas’ consigo quando volta do subsolo de SH, “Tudo o que queremos é satisfação e vingança”), com uma pequena participação da Enfermeira Lisa, do primeiro game (também idêntica a original, talvez até melhor). A história contada pelo demônio (Fermata In Mistic Air do 3º SH ao fundo) pela boca de uma criança é mais uma característica de SH, que tem pelas crianças um...afeto especial (na verdade isso veio do próprio criador do jogo), pois o mal vindo de algo tão puro e inocente quanto uma criança é o que deixa a narrativa mais arrepiante. Além do fanatismo religioso, a busca por um paraíso perfeito, um lugar puro, livre das imundices presentes principalmente na personagem Claudia que acredito ter virado Christabella no filme, numa atuação marcante, bem estilo loucura religiosa extremista. “Cuidado como vai combater o Diabo. As armas podem se voltar contra você.” Diz o demônio ao explicar como essa loucura condenou Silent Hill e indiretamente deixando claro do porque tudo na cidade ficar enferrujado e com um aspecto queimado quando se transforma na ‘dimensão infernal’ (atuação tripla de Jodelle Ferland que aceitou interpretar três papeis diferentes (Sharon/ Dark alessa e o Diabo), e segundo a garotinha: “Sempre quis interpretar o Diabo”).

Silent Hill jogo e filme é uma trama que não tem dó de ninguém (que outro mostraria uma criança (Alessa) virar churrasco vivo e ainda sobreviver carbonizada juntando ódio e ressentimento de tudo e de todos até se transformar numa criatura maligna que amaldiçoa a cidade há passar seus dias confinada numa subdimensão infernal? Ou a morte de Cybil com requintes cruéis de tortura, carbonizada aos pouco, ou ‘purificada’, sem contar no assustador Piramide Head, bruuu, não, SH não se vale de cenas sangrentas e cruéis para ser bom, mas é uma características os momentos fortes e difíceis de digerir, que as vezes não derramam uma gota de sangue, mas mesmo assim são assustadoras e indigestas. O escuro predomina e os sons mexem com qualquer um).
Uma curiosidade: A roupa que Rose usa inicialmente é branca (ou uma cor muito clara), no decorrer do filme ela vai sujando esta roupa, sangue é respingado e tudo o mais, mas não os suficiente para mudar totalmente sua cor. Quando ela chega aonde o demônio esta todas suas roupas já estão vermelhas. Dizem que o vermelho é a cor do sobrenatural, a cor que mancha o mundo terreno, marcando uma presença do outro mundo. São muitos os filmes que posso citar em que essa cor aparece com este propósito, embora para muitos passe desapercebido (a porta da igreja e a maçaneta de vidro na casa do psicologo em Sexto Sentido, os moveis e as portas em O Iluminado, os detalhes marcantes do coreano Medo, entre outros, só para citar exemplos rápidos).

Silent Hill ao se transformar em filme se transformou também numa experiência diferenciada de produções de terror: são poucos os clichês, eles não são necessários numa historia tão original e por isso também são poucos os “sustos fáceis”. O seu horror se embasa numa trama que te pega pelo lado mais psicológico, mais difícil de controlar, com medos primitivos e constantes, como o medo do escuro e o receio do que se pode encontrar mais a frente, os sons perturbadores, a angustia por um ente querido....
É difícil não me alongar quando falo de Silent Hill, literalmente é meu jogo favorito e ter virado um filme tão fiel é com certeza uma satisfação para os fãs. Claro que, sendo assim, o final não podia ser outro. Os créditos finais de Silent Hill fica por conta da melhor e mais contagiante música da série na minha opinião, You’re not Here, que é a abertura do terceiro jogo (“Você não está aqui” tem a ver tanto para Rose quanto para Chris no final da história), junto a pequenos recortes recriados de cenas do jogo. A Konami protegeu sua criação por quase dez anos das produtoras que queriam levá-la para a telona, não cedendo o direito da adaptação. Talvez temendo que um jogo tão bom e tão único virasse uma porcaria cinematográfica e fosse manchado por isto. Ter liberado isso agora para um diretor competente que se interessou pela historia literalmente jogando o jogo foi a melhor coisa que fez. É difícil me impressionar com as produções atuais, principalmente de terror, mas pra essa eu tiro o chapéu. Trabalho perfeito!


domingo, 14 de setembro de 2008

Um filme divertido!



Para os que curtem cine de horror dizer que um filme é divertido não quer dizer que ele seja engraçado e sim legal de assistir. Assim vi A Casa de Cera (House of Wax) de 2005. Produzido pela Dark Castle, criada na metade do anos 90 para ressucitar filmes de horror B de antigamente, sem muito sucesso, diga-se de passagem, e que fez algumas tentativas com A Casa da Colina (explendidamente arrepiante nos 30 primeiros minutos, bem clássico mesmo, achei que enfim estava assistindo a um remake fiel, mas que depois cai nas picaretagens do cinema moderno, com sustos banais e efeitos especiais pavorosoooooosss), Navio Fantasma (se pudessemos dizer que um filme é bom por partes, esse seria muito bom, mas no geral ele é mediano, mas não deixa de ter uma trama interessante) e 13 Fantasmas, entre outros...Nenhum desses atingiu o minimo de sucesso que a produtora esperava e quando eles acharam que estavam indo pro buraco....eis que refilmam um filme que iria pra frente



Foi um filme que superou minhas expectativas de ver só mais uma produção de adolescentes com um serial killer a reduzir o elenco aos mocinhos no final. De fato o elenco é constituído de adolescente e a história inicialmente é meio típica, os amigos se reúnem pra assistir a um jogo e resolvem acampar no caminho, então um carro estranho os aborda e da mesma maneira misteriosa com que chegou se vai (convenhamos que a garrafa atirada em um dos faróis pelo mau encarado Chad Michael Murray ajudou um pouquinho, rsrs). No dia seguinte um dos carros da turma amanhece quebrado e eles se dividem entre os que vão tentar ainda assistir o jogo e os que tentarão consertar o carro. Apesar dos clichês convencionais desse tipo de história, e de se utilizar uma idéia já antiga do famoso museu de cera numa cidade perdida e abandonada, o filme não deixa a desejar, e há vários aspectos que o tornam interessante (como a genuína animação, entrosamento ou desentendimentos dos personagens) e bizarro (quem não ficou aflito quando a mocinha caiu sem dó naquela vala de carcaças de animais? ugh! Ou apreensivo com a carona do tipinho repulsivo que ‘administrava’ a tal vala até a fatídica cidade da Casa de Cera). A inocencia com que o casal da trama explora a cidade atrás de ajuda é algo que nos faz lembrar de coisas boas (de verdade, como um passeio da infância ou lugares por onde você passou), é tão real e simples que você até chega a ficar triste em saber que dali pra frente a tendência é deles só se ferrarem (embora achem que conseguirão ajuda, na verdade a cidade esta vazia e os habitantes que aparentam morar nela são cadáveres transformados em bonecos de cera...é uma mistura muito boa do verídico com o teatral, como se estivéssemos dentro de uma enorme (bonitinha no começo, mas horrenda no final) casinha de bonecas). Numa cena flash-back no inicio do filme, somos apresentados aos futuros serial killers da história, dois irmãos que sofrem maus tratos na infância (o berço da maioria da psicose homicida). Um está mais perto da aparência ‘normal’ e engana o casal mostrando boa vontade em ajudar, o outro tem o rosto deformado e se esconde nas trevas, é ele quem confecciona os bonecos de cera (principalmente os feitos com pessoas vivas!) no subsolo da incrível House of Wax. Parece que aqui temos uma metáfora da criação de formas perfeitas pelas mãos de um ser que se sente imperfeito e tenta se completar de alguma forma. A partir daí começam a matança e o primeiro que morre é o simpático mocinho da trama! É angustiante quando, já transformado num boneco de cera (mas ainda vivo por baixo) vê-se a dor e as lágrimas nos seus olhos quando um de seus amigos arranca um pedaço de seu rosto na tentativa de ajudá-lo a se libertar da mortalha de cera. Outra morte em destaque é da personagem vivida por Paris Hilton, que deve ter agradado a todos que odeiam a patricinha.
O mais eletrizantes do filme é o seu final. Sobram apenas os dois irmãos dentro da Casa de Cera que derrete rapidamente pelo fogo que a consome, eles precisam escapar da casa, cujo chão virou um mar de fogo e cera liquida incandescente e do assassino. Será difícil ver um final tão bom e realista como esse, vejam, a casa era toda feita de cera e em tamanho real!
Apesar de sentir que minha opinião seja leiga perto dos veteranos do cine de horror que podem comparar com produções antigas abordando o tema bizarro do museu de cera, para mim é um dos melhores filme pipoca sobre adolescentes dos últimos tempos e sempre que quero me divertir um pouco dou uma repassada em House of Wax.
Ah, na última cena do filme, onde tudo acaba ‘bem’ (os dois sobrevivem no final e a policia e médicos aparecem para socorre-los, sem que ninguém saiba de onde eles surguiram, mas sempre acontece assim), os dois estão indo embora na ambulância e olham para a câmera que a turma inicial gravara seus momentos durante a viagem, a mocinha diz que ali teriam muitos momentos bons para relembrar, com uma nota de saudade dos amigos mortos. Porém, se ela preferia lembrar dos momentos bons seria melhor não ter pego aquela câmera, que foi usada pelo assassino para filmar todas as mortes, com requintes de uma crueldade fria e sarcástica. Rs.........

domingo, 7 de setembro de 2008

Mudando de Assunto...


Ontem terminei de assistir a segunda temporada de One Tree Hill (Lances da Vida), e que me deixou ansiosa pela terceira temporada (embora já esteja na quinta). Este é um dos poucos, ou talvez o único seriado atual que foca o universo adolescente a me atrair. As paixões, os conflitos, a relação entre jovens e adultos, suas indecisões e incertezas, suas burradas e vitórias, sempre abordando alguma citação literária ou pensamento que nos fará refletir um pouco, os próprios episódios são um pouco de parada para pensar.
Coisas que notei entre uma temporada é outra foi a mudança do que sustentava a série no começo: o basquete. O nome dado no Brasil, 'Lances da Vida', se refere ao que o basquete, tema central da primeira temporada, poderia mudar na vida de todos os personagens, fosse para confrontar seu passado, descobrir seu presente ou construir seu futuro. No início eu nem queria assistir esse seriado, pois achava que por se tratar de uma trama sobre americanos almoçando e jantando basquete seria a maior chatice. Leigo engano, só assistindo pra saber a profundidade de cada episódio, e no final, encerrando uma temporada, a impressão que ela deixa em você. É incrivel. O basquete na verdade é um tipo de imagem figurativa sobre lutar por alguma coisa, e os caminhos que essa luta pode te levar. Na segunda temporada vi o basquete ser substituido pela música, mas não foi uma mudança drástica, tanto que só ontem me caiu a ficha de que alguma coisa estava ligeraimente faltando no decorrer dos 22 episódios e outra sutilmente a substituiu. A música nesta segunda temporada é uma coisa que oscila entre ser bom ou ruim, como o basquete no começo, o universo musical leva Haley (Bethany Joy Lenz) para longe de seu recém-marido, Nathan (James Lafferty), que era o astro do basquete no início, causando surpresa, pois não é algo esperado da personagem, nem da série (mas muito bem bolado, pois se fica perguntando como é que essa situação vai se resolver no final), traz um pouco de esperança para a vida que vai se tornando cada vez mais vazia de Peyton (Hilarie Burton) que organiza shows na nova boate jovem da mãe do protagonista Lucas (Chad Michael Murray). As reviravoltas da segunda temporada ainda se baseiam nos inumeros personagens novos que povoaram Tree Hill e que deram novas perspectivas para corações partidos e solitários, embora no final a maioria acabe sozinha de novo, tentando encontrar seu caminho. Quero muito saber como se resolverão os fios soltos (e como essa série consegue terminar diferente das outras! Ao inves de um final que, embora você sabe que vai continuar, sinta que é um final, na verdade parece uma suspensão temporaria no ar, onde todos ficam a mercê do que acontecerá a seguir, mas esse a seguir fica para uma próxima vez), uma pena que no Brasil ainda não há o box da terceira temporada (por aquele precinho especial tipo Lojas Americanas) e a exibição em tv aberta (no SBT) já está na quarta ou quinta temporada. É esperar para ver como consigo essa terceira parte da série, ai eu falo mais um pouquinho!

“Há uma maré na história do homem. Deveríamos aceitar a enchente, ela leva à fortuna. Mas se omitida, a viagem das suas vidas percorrerá vales e misérias. Num mar tão cheio agora flutuamos. E devemos pegar a corrente quando ela nos servir. Ou perder as aventuras que estão por vir".