sábado, 13 de fevereiro de 2010

Atividade Paranormal

Acabei de assistir (ou saciar minha curiosidade) pelo dito filme mais assustador do ano. Atividade Paranormal (Paranormal Activity, 2009) foi feito com mismeros 11 mil dólares, filmado com uma camera caseira (no estilo Bruxa de Blair) simulando uma filmagem na vida real de um casal que é atormentado por uma entidade maligna dentro de casa. O bafafá sobre o filme foi tanto antes mesmo dele entrar em cartaz, que a bilheteria foi US$110 milhões nos EUA e levou quase 40 mil pessoal as sessões da meia-noite nos cines brasileiros. Boatos (ou papo furado) que o diretor de Poltergeist (que segue temática semelhante de atividades paranormais dentro de casa), Spielberg, teria ficado com muito medo de assistir esse filme, acontecendo, inclusive, coisas estranhas ao terminar o longa. Isso teria influenciado na espectativa em relação ao filme.

Por isso mesmo, acredito que Atividade Paranormal fez esse grande "sucesso" (se bem entendo, sucesso para o mercado cinematografico pipoca e para os cinemas afins é ter um grande publico e não uma grande historia) pela atmosfera que ele ja emanava antes mesmo de ir para as telonas e pela curiosidade do publico em acompanhar uma espécie de 'big brother sobrenatural'.
Acho que já deu para perceber: eu não curti esse filme. Ele é morno, se arrasta demais, os atores não cativam, a historia não deslancha, pouco é aproveitado do que deveria ser o ponto forte do filme. O chamativo "Não assita sozinho" me fez dar um risinho, pois só li esse cartaz após ter assistido ao filme...sozinha. De noite. Brrrrr....Não morri de medo nem nada.
Curiosidade é que ontem estava assistindo ele e de repente acabou a luz (tipicos blecautes de verão). Nem para me botar medo com isso o filme conseguiu. Acendi uma vela, fui pra cozinha com todo mundo já dormindo (ou seja, eu aparentemente sozinha) e fui assaltar a geladeira. Ehehe...
Mas voltando...Vamos ao filme.

Temos um casal, Katie e Micah, que parecem usar seus nomes verdadeiros para dar mais realismo a produção, não sei. Eles moram numa casa muuuito chique (cara, parece um anuncio de imobiliaria classe alta estilo 'sonho de consumo de qualquer um', adimito que em algumas partes eu me interessava mais em olhar para aqueles comodos e mobilia tão impecaveis que pareciam surreais do que na historia em si, ehehe, babei, rs), mas que esta sofrendo com as tais 'atividades paranormais'. Micah, o namorado espertinho (e interesseiro), resolve comprar uma camera e filmar tudo o que puder para ver se capta algo de interessante. Katie não acha a idéia boa, mas sem ela como poderiamos ver essa tranqueira? Rsrsrs...
Bem, dos personagens: a Katie é uma chata. Uma voz enjoada, meio chorosa, irritante. A performance dela é parecida, além do que ela diz parecer não fazer diferença para o namorado. Fisicamente ela me parece uma pessoa normal (não tem aquele jeito de modelo que as atrizes normalmente têm), mas acho que é para contribuir com o realismo. No mais....O Micah...o que posso dizer desse babaca? É óbvio que ele não faz as coisas para ajudar a namorada, mas sim por uma especie de desejo irresistivel de conseguir alguma coisa com as filmagens que faz, uma evidencia de atividades sombrias acontecendo, e quanto mais acontecem, mais ele atiça para que continuem, ignorando o medo da namorada e a advertencia de que aquilo faria as coisas ficarem piores. Que cretino.
A convivencia dos dois só pode ser entendida em um país absurdo como os Estados Unidos mesmo. Por que eles não saem de casa? Criaram uma profissão em que ambos ficam em casa o dia todo (ela estudante, ele compõe em casa (?? que merda é essa??) com aquela guitarrinha que mais parece um adolescente de 15 anos tocando pra matar o tempo...) para poderem ficar jogando conversa fora e filmando bastante inutilidades...

O que eu acho: filmes com temática sobrenatural não precisam ser assustadores do começo ao fim, mas precisam que lhes seja injetado doses de tensão/acontecimentos relevantes/assutadores de tempos em tempos para que não fique maçante. E filmes que usam o recurso do 'metodo caseiro' de filmagem é pior ainda, pois como é necessario estar sempre filmando um determinado ambiente, com determinada pessoa, de maneira quase fixa, e com dialogos também caseiros, do dia-a-dia. OU SEJA, muita coisa, e muita coisa inutil para uma produção de uma hora e 40. Aja saco para aguentar dialogos incessantes, com uma voz irritante como dessa Katie. A coisa não acontece, embora eu compreenda que se trata de um 'pseudo-documentario' supostamente filmado da realidade, isso poderia ter ficado muito, muitooooo melhor.

Assisti mais de uma hora de filme sem perceber e ainda não tinha contecido nada digno de se chamar assustador. Na vedade o que me assutou mesmo foi ver que faltava 25 minutos para acabar o filme e ainda estavamos naquela lenga-lenga. Eu pensei "Como assim, cadê, não vai acontecer nada?!"
De fato, o filme dá uma deslanchada no final (péssima idéia, para os mais impacientes o filme já não teria mais sentido antes de chegar nessas partes finais tensas e seria deixado de lado pela metade), algumas coisas interessantes acontecem com as idéias de Micah (tudo para 'ajudar Katie', aham, a Katie pode ser abdusida pelo demonio que a camera que é bom ele não larga né? rs), como usar o tabuleiro Ouija (que a namorada veementemente proibiu ele de usar, como se ele estivesse se importando com a prudencia dela) que num subito rompante da garota eles deixam sozinho na sala após sairem, com a camera filmando horas de possiveis atividades (que conveniente, porém proporcionou uma cena inusitada), com a seta se mexendo e depois pegando fogo (o fogo me assutou, pois não era previsivel como a seta se mexendo (lógico que ela ia se mexer com a camera ali dando sopa, rara) e me deu alguns poucos segundos de confusão achando que ia pegar fogo na casa (o que seria legal, pois eles teriam que sair daquele confinamento irritante e inexplicavel, mas não dei tanta sorte assim...), ou quando o namorado põe farinha no corredor da casa para ver se apareceriam pegadas, o que de fato acontece, e a melhor cena de todas, com uma sombra aparecendo na porta (porque sera que eles tinham que dormir sempre com a porta aberta?) e depois algo invisivel arrastando Katie da cama pelo pé e depois pelo quarto, que aos berros alucinados na semi escuridão pede ajuda ao namorado enquanto a camera grava tudo. Muito legal, ficou ótima, a única digna de se dizer realmente assutadora.

O enredo é dotado de coisas soltas, levemente interessantes, porém consolidadas com uma massa de inutilidades e chatices do casal, o que matou a pau o tal "você não vai conseguir assistir sozinho, você vai morrer de medo assistindo, blablabla...", eu morri, mas foi de tédio por um bom tempo. Quem consegue morrer de medo com essa trama arrastada que deixa o melhor (que nem é tãooo bom assim) só para o final?
Com situações meio sem sentido como a longa explicação do especialista em fantasmas, para depois não se descobrir nada sobre o fantasma ou seja lá o que for. Com o video sobre exorcismo (brrr....bizarro, mas entra nas coisas interessantes também, não é todo dia que vemos que uma possessão pode fazer uma pessoa literalmente 'se comer', isso não aparece nos filmes que eu ja vi, ehehe), sem saber para que serve (o demonio quer possuir a menina? ele de fato a possui, por isso ela faz o que faz?)??
O final é meio inesperado, e mais inexplicavel do que imaginei. Não chega a ser ruim, ele cumpre o prometido com uma filmagem caseira que não procura dar explicações mesmo e pega apenas o que é possível captar no momento, mesmo que ação esteja acontecendo em outro lugar e possamos apenas acompanhar atraves de sons (mais exatamente por gritos, e para gritar a Katie é boa, não, é sério, os gritos delas são bons gritos para um filme de terror), e acaba subitamente porque o objeto da ação (o casal que filmava) não existe mais.
Mesmo sendo uma produção caseira, poderia ter sido melhor construida, aproveitando mais o ambiente, não só interno (ficou parecendo mesmo um big brother com os dois sempre lá dentro, as vezes com um ar de tédio, sem fazer nada, como se não tivessem permissão para sair) como a parte de fora da casa. As atividades noturnas não foram grandes coisas na maior parte das vezes e ficou tudo muito inexplicavel. Foi como tirar uma fita da caixa e botar pra rodar no cinema só porque tinham algumas coisas paranormais no meio (uma aqui, outra dali a meia hora, outra no final da filmagem...). Fraco. Fraco pelo filme + a propaganda toda em cima dele que gerou uma expectativa enganosa. Assistam se estiverem curiosos, mas se preparem para conter a vontade de avançar algumas cenas desnecessarias ou tirar o som quando a voz da Katie começar a dar nos nervos. Não é um filme ruim, mas esta a milhares de anos luz de ser o tal melhor filme de terror do ano. No way! Para quem gosta do gênero não fez muitas cócegas.

domingo, 29 de novembro de 2009

Remembers


Quinta (26/11) foi exibido na rede Globo no programa Por Toda Minha Vida um especial sobre o Claudinho, da dupla de funk Claudinho e Buchecha, que morreu em 2002, num acidente de carro na Dutra quando voltava de um show aqui pertinho, em Lorena. Assistir a esse especial e reprisar a carreira da dupla foi como dar um mergulho direto no meu passado...uma época do passado incrivelmente viva e da qual me surpreendi ao sentir tanta saudade. O programa tem exibido artistas da música que já se foram, mas deixaram uma marca muito viva nas gerações por onde passaram. Assistir a Elis Regina, Cazuza, Renato Russo...é diferente. O estilo musical me agrada mais, porém o efeito não é o mesmo que ver o funk romantico que contagiou o final da minha infância. Como disse, é mais vivo, fez parte de mim, fez parte de uma época inesquecivel da minha vida, vivamente. Ouvir os primeiros estouros como "Conquista" e lembrar da letra inteirinha como se fosse ontem que eu cantava os versos "Olha eu te amo, e quero tanto, beijar teu corpo nú, não, não é mentira, nem hipocrisia, é amor, com você tudo blue...", é, eu sei, hoje em dia isso parece meio brega (e longe do meu estilo), mas naquele tempo, junto com os amigos, em coro, ah que delicia que era esses estouros....e a sensação da delicia que volta intensamente com essas retrospectivas de um tempo em que vivi é que me deixa com lágrimas nos olhos e suspiros nostalgicos. Que tempo aquele meu deus! Bem no olho do furação que se transformou minha vida, exatamente num ponto divisor entre a calmaria e a reclusão. Uma tempestade que as vezes arrancou galhos violentamente e as vezes levantou os voos mais altos. E como eu senti isso ontem, quando a voz melodiosa da dupla me fez lembrar do que há muito eu nem lembrava. Dos fins de semana de sol, da feira livre da cidade, onde eu e meu irmão podiamos ir a vontade comprar cds de musica originais por preço de banana no 'cara da feira', numa época em que cds eram tão caros que isso era um luxo e que a pirataria ainda não tinha se disseminado. Na turma da escola (nos tempos em que a escola era deliciosamente prazerosa de se ir) que se reunia para cantar e dançar os sucessos dessa e de outras duplas e bandas, mas não só isso, do tempo das brincadeiras, dos jogos, das apresentações de final de ano, com os pais tirando fotos e para muitos, a única oportunidade de ver os pais ali, vendo o seu progresso escolar de perto. De como corriamos pelo patio do santuário da cidade ouvindo musica pelo antigo walkman, que rodava fita K7 ou como usavamos o gravador do radio de casa para registrar os momentos familiares de furia da nossa mãe que pirava quando demoravamos demais no banho, para depois rir do que nos tinha feito chorar de vergonha e raiva na hora. Fazia tempo que algo não me lançava direto para esse passado não tão distante, mas que hoje parece outra vida, em outra dimensão que infelizmente se fechou. Lembrar disso é bom e ruim ao mesmo tempo, é doce e amargo.
E como diz a música...esse passado parece um pedaço que falta no meu coração.

* * *


terça-feira, 27 de outubro de 2009

O caminho desconhecido


"Acabara de dar-se conta de que existem duas coisas que impedem uma pessoa de realizar os seus sonhos: achar que eles são impossíveis, ou, através de uma súbita virada na roda do destino, vê-los transformar-se em algo possível quando menos se espera. Pois neste momento surge o medo de um caminho que não se sabe onde vai dar, de uma vida com desafios desconhecidos, da possibilidade de que as coisas com que estamos acostumados desapareçam para sempre."


"O Demônio e a Srta. Prym" - Paulo Coelho

domingo, 25 de outubro de 2009

A Lenda do Monge e do Escorpião




"Um monge e os seus discípulos caminhavam por uma estrada e, quando passaram por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas e quase afogando-se. O monge correu pela margem do rio, jogou-se na água e apanhou-o com a mão. Quando o trazia para fora da água, o bicho picou-o e, devido a dor, o homem deixou-o cair outra vez no rio. O mestre tentou tirá-lo novamente e novamente o animal o picou. Alguém que estava observando, aproximou-se do mestre e disse-lhe:

- Desculpe, mas o senhor é teimoso! Não entende que todas as vezes que tentar tirá-lo da água ele irá picá-lo?

O monge respondeu:

- Ele só agiu conforme a sua natureza, e eu de acordo com a minha.

Foi então à margem, apanhou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio, colheu o escorpião e salvou-o. O monge voltou e juntou-se aos discípulos na estrada. Eles que tinham assistido à cena, receberam-no perplexos e penalizados, dizendo:

- Mestre, deve estar doendo muito! Porque é que foi salvar esse bicho perigoso e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele agradeceu a sua ajuda! Picou a mão que o salvara! Não merecia a sua compaixão!

O monge ouviu tranquilamente os comentários e respondeu:

- A natureza do escorpião é picar, mas isso não vai mudar a minha, que é ajudar."

* * *
Moral da História:

Cada um age de acordo com o que acha que é certo. Não seremos melhores se mudarmos o outro e nem podemos fazer isso. Não seremos melhores se modificarmos nossa natureza para rebater a ofensa recebida. Devemos apenas nos precaver, mantendo o que somos, nossa indole e valores, sem nos deixar influenciar pela natureza e atitudes do outro, pois cada um dá o que tem, e o que a natureza deixa mostrar.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Apocalipse mais uma vez





Não sou muito chegada a filmes que tem como tema o apocalipse. Pensar no fim de tudo é meio masoquista demais pra mim, ainda mais gastar milhões para fazerem uma produção do gênero. Mas vá lá, dá bilheteria e alguns até tem uma mensagem moral no fundo, como ‘preservem o meio ambiente’ ‘vejam o que vocês estão fazendo com o mundo’, com a onda verde dos últimos anos. Catástrofes naturais causadas pela degradação do planeta é o único gênero que relevo nesse tema apocalíptico, pois são o que mais perto da realidade chegam, nos dando um aviso importante e aplicável. Mas há outros como invasões extraterrestres que só conseguem me arrancar risos, com seu estilo manipulação humana anos 70 (já que a maioria dos filmes sobre o gênero hoje são readaptações de produções antigas e mais bem feitas como O Dia que a terra parou e Guerra dos Mundos). Há ainda os piores, e não sei bem qual a mensagem moral no fundo, com a possibilidade de uma extinção a lá época pré histórica, com um asteróide atingindo a terra (detalhe que ele sempre vai parar em algum lugar dos Estados Unidos, bem, às vezes dá vontade de mandar eles literalmente se ‘explodirem’, rsrs). Mas nesses o governo americano e os super hiper agentes especiais da NASA estão lá para tentarem explodir a coisa no espaço para que ela cause o menor dano possível e salvarem a pátria e o mundo inteiro se curvarem agradecidos a eles. Uruuu!!
Mas de todos os temas apocalíptico, o recente Presságio (Knowing, 2009) com Nicolas Cage me deixou arrepiada. Na verdade não é um filme ruim, mas odiei assisti-lo até o final.


Como dizia Raul Seixas, cada um de nós é um universo e quando nos acabamos esse universo vai junto com a gente. Sim, vamos todos morrer um dia, tudo vai se acabar. Já é ruim o suficiente pensar na idéia de morte, pior ainda é imaginá-la de forma coletiva, como o “EE” (Everyone Else - todo mundo) no final da funesta lista de números do filme que esconde datas, locais e numero de mortes em grandes tragédias. Não seria um fim do mundo gerado pelo homem, por sua matança descontrolada a natureza, por ETs parasitas vindo sabe-se lá de que galáxia, de meteoros gigantes que podem nos colocar numa nova era do gelo, mas pelo simples e puro gerador de toda a vida na terra: o Sol. O que nos dá vida pode tirar. Não gostei nem um pouco de pensar num fim desses, tão simples e ao mesmo tempo tão devastador e inevitável. Dessa vez nem os super hiper especiais agentes da NASA junto com o poderoso governo americano poderiam fazer nada contra uma força tão poderosa e incontrolável. Teríamos apenas que esperar pelo inevitável fim. Credo. Eu poderia ter passado o ano sem pensar numa coisa dessas.



Esse post eu resolvi escrever pois hoje acordei as 3 da manha sobressaltada depois de um sonho apocalíptico envolvendo a merda desse filme (odeio ficar impressionada com as coisas assim) sobre um sol que de repente fica louco e começa a ter erupções gigantescas que podem atingir a terra e nos evaporar daqui. Só nos restava ver as labaredas se aproximando cada vez mais, envolvendo um circulo fumegante num céu enegrecido. Brrr...Cruzes. Não consegui dormir mais, e eu precisava mesmo de uma noite mal dormida e chegar com olheiras no trabalho, aiai.....Resolvi ficar assistindo séries para desencanar, odeio esses pesadelos.



Mas antes, ao invés de fugir da historia, resolvi procurar um pouco sobre a origem desse filme e descobri que ele teve diversos autores e passou pelas mãos de várias pessoas. Não é a toa que o filme parece uma colcha de retalhos, horas parecendo que vai tender para algo cientifico, horas para algo bíblico e um final bastante ruim.



Se dividirmos ele por partes sai um filme bom (como eu achei que fosse), o Nicolas Cage esta deprimente, mas o filho dele é uma graça, seguindo a linha criança madura que não sabe se é o pai quem cuida dele ou ele quem cuida do pai. As cenas dos acidentes são incríveis (a melhor parte do filme alias), o avião caindo revi não sei quantas vezes de tão bem feito e do metrô tira o fôlego. Por causa desses acidentes e da lista de números que viram datas, locais e mortes em tragédias históricas achei que a historia tivesse outro propósito, mas ficou totalmente vago depois, quando somos apresentados ao iminente desfecho. Pra que serviu então toda aquela coisa de mostrar em uma lista as coisas que iriam acontecer se no final não havia nada que pudesse ser feito? (como a sinopse chamativa do filme, que dá a entender que o personagem do Nicolas, depois de desvendar o mistério da lista de numeros, conseguira evitar alguma grande tragédia no final). E qual a relação das coisas que aconteciam com o fim do mundo causado pelo Sol para que fosse feito uma lista tão detalhada com todos esses eventos? Acidentes aéreos, catástrofes naturais são até plausíveis, uma vez que já foi provado que erupções solares podem causar interferência no nosso planetinha azul, talvez não só na atmosfera, influenciando na transmissão de sinais por satélite e sistemas de navegação (como os usados por aviões), como aqui embaixo também (isso explicaria até o misterioso desastre do Air France 447). Mas como explicar outros eventos que nada tinham de naturais, como os atentados de 11 de setembro, e outras atrocidades terroristas e guerras? Teria o Sol influenciado nas idéias malignas de homens também? Aiai, vai entender...Até o último acidente antes do apocalipse nada tem de natural (um trem descarilando).

Abrindo um parênteses, isso me lembra do filme Premonição (Final Destination, 2000) quando ainda era uma idéia original e séria, claro, em que a morte só ia atrás das pessoas que deveriam ter morrido, mas por algum acidente do destino, escaparam. Era lógica, não havia nada que influenciasse ela, mas nos outros filmes a Morte já começa a ter uma cara maligna e vingativa, influenciando o desfecho final das pessoas quase como se fosse um assassino e não algo inevitável. Digo isso, porque essa seqüência de eventos que culminam no apocalipse podia ter sido construída sob uma seqüência que nos fizesse chegar ao desfecho final mais lógico e coerente, como: acidentes aparentemente sem explicação para terem acontecido,  que nos daria no final a idéia de que tudo estava pendendo para essa tragédia Solar, como se ao longo do tempo tivéssemos recebendo pequenos avisos que não entendíamos. Mas do jeito que foi feito pareceu só uma desculpa esfarrapada para chegar a um final que eles não saberiam explicar de outra forma nem com tanto suspense.


Outra coisa sem sentido: O filme tenta dar um enfoque bíblico ao final apocalíptico. Os homens sussurrantes são na verdade anjos selecionando uma nova arca de Noé, já que o nosso mundo esta fadado a destruição total através das labaredas escaldantes do Sol. Porem, se o enfoque era bíblico, como explicar um fim do mundo causado pelo Sol, se no final do capitulo do livro de Genesis, na Bíblia, que fala sobre o dilúvio, o primeiro fim do mundo, Deus diz que a próxima vez que o mundo fosse destruído não seria pelas mãos Dele (e se formos pensar que tudo o que existe no Universo foi criação divina e tudo o mais, como pode uma destruição causada pelo Sol também não ser obra de Deus?)??
E haveria uma nova arca de Noé? Uma nova chance de recriar a humanidade, se a segunda (e talvez última) que Deus disse dar ao homem seria essa que estamos vivendo agora? Bem, não estou questionando as razões religiosas do filme, nem a Bíblia, nem nada (nem religiosa eu sou), mas foi a primeira coisa que pensei (e que ficou) quando vi que o filme estava tendendo para coisas de um fim do mundo envolvendo os 4 cavaleiros do apocalipse e arcas de Noé e questões bíblicas (pelo menos disso eu me lembro da fadada época de catecismo) e tentando seguir um apocalipse descrito pela bíblia, sendo que a linguagem do livro do Apocalipse pode ser bastante simbólica e figurativa, como muitos já tentaram retratar.

MAS, como não sou entendida do assunto, resolvi mesmo é dar uma pesquisada na net sobre possíveis mensagens sobre esse acontecimento na Biblia (melhor do que revirar a mão o exemplar que tenho aqui em casa, rs), não queria deixar minha opinião aqui sem saber se estava certa e fiquei intrigada se tinham mesmo feito confusão quando aos enfoques biblicos no meio de um filme aparentemente cientifico (mas decidi deixar meus questionamentos antes do que encontrei, vai que mais gente teve as mesmas dúvidas).
O que encontrei passa longe do Gênesis e do Apocalipse, esta na Epistola de Pedro, segundo livro, em que no 3º capitulo explicasse que Deus não destruiria novamente a Terra pela força das águas, pois fizera uma aliança com Noé (o sinal da aliança era  um arco no céu, que para minha surpresa, parece ser o arco-iris, que aparece refletindo a luz do sol depois de uma chuva forte, esse é o sinal de que as chuvas não mais serão fortes o suficiente para matar toda a existencia sobre a terra), mas que voltaria um dia para purifica-la pelo poder do fogo "Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão. Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém. " (II Pedro, 3:10). Achei outra passagem num site biblico que não encontrei na Biblia, mas tem a ver com o que foi mostrado no filme: "Deus destruirá a terra pelo fogo mas somente depois da salvação ser comprada pelo Messias e os eleitos serem removidos, assim como Noé foi protegido da ira de Deus." (a destruição pelo Sol, a arca de Noé recolhendo novos herdeiros (ou eleitos) da raça humana para uma nova existencia em outro planeta). Bem, bem, explicado está, mas para quem assistiu o filme, será que ficou claro na hora? E sem essas explicações todas em algum momento vai ficar?


No todo o filme não foi bem construído, já que foi uma história mexida por várias mãos, de vários ritmos e gostos diferentes. Se ele tivesse seguido só um caminho ou só outro teria ficado bom. Talvez saísse um bom filme sobre profecias biblicas com seus 4 cavaleiros do apocalipse. Ou talvez saísse um bom filme sobre um terrível fim descoberto de forma cientifica que deixaria até os mais poderosos impotentes ante a grandiosidade do acontecimento. Seria uma mensagem para dizer o quando nós somos pequeninos diante de toda essa imensidão incontrolável? Bem, eu pelo menos me sinto assim quando tenho esses sonhos pavorosos envolvendo o The End para os Everyone Else. Infelizmente esses eu não posso evitar ver, o inconsciente é bem traiçoeiro, e o que escrevi aqui, apesar das mensagens subjetivas me assustarem um pouco, foi para desencanar de uma vez dessa história, mas pelo menos o que eu puder evitar voluntariamente agora...



Afinal, eu até sou masoquista, mas nem tanto assim. Rs.