sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Musica para inspirar

Quando desejava aprender piano (bem, ainda desejo, a falta recursos é que me limita), esta musica me inspirava muito. Claro, eu sempre gostei de piano, e tenho meus compositores clássicos favoritos, no entando, esta musica da banda norueguesa Treatre of Tragedy tem um "Q" especial. Quando a ouvia, eu criava uma cena melancolica, junto aos sons naturais inseridos na composição, com a chuva caindo e os trovões, as vozes liricas, os toques cadenciados e horas fortes do piano. 
Ainda não havia visto videos ou a letra da musica, mas imaginava por seu tom, algo que unia amor e dor. Quando enfim, a trouxe a tona, me surpreendi. De fato, A Distance There is parece uma fábula, uma história triste pendendo para o fantastico, rebuscada como toda a composição é. O video que em seguida descobri, uma montagem muito bem feita , inserindo cenas do filme/anime  Vampite Hunter numa perfeição impecavel à musica (que quase somos levados a crer que se trata de algo feito especialmente um para o outro) terminou por finalizar essa triade belissíma. 
Divido com vocês este material inspirador. ;-)


 
Theatre of Tragedy - A Distance There is



Uma Distância há....



“Deixai a chuva”, vós dizeis - mas vós nunca pisastes adiante.

E sou capturada.

Uma distância há...

Nenhuma, exceto a mim e ao punhal, crepitando sobre o telhado.

Contemplai! Pois não é a chuva; destarte tenho que ser.

Não beberei teu vinho de vindima, meu querido.

Tendes vós considerado que de inocência sou; contudo deixastes vossa dama em perigo.



Vós deixastes-me tostar

De fragilidade é o meu coração, minha pálida pele de damasco tom.

Quando vós, vossas lágrimas tivestes recônditas, “Voltai!”, vós dizeis.

Lá, em breve estarei, mas como poderei correr, quando meus ossos, meu coração! Vós arrancastes?



“Mas correi!” – vós dizeis; Eu corro.

E lá, então, eu contemplo, que o tempo virá quando por mais uma vez morta eu estiver.

Vós dizeis-me para sem demora partir.

E parto, com o punhal e lágrimas em mãos.

Vede! As sombras, o céu – diminuindo-se.



Então por meio de um forte golpe caminho antes de correr e derreter-me em crepúsculo.

Em minha mente qual o resultado, parece como se fosse impróprio mudar de qualquer modo?

Afinal de contas, vós deixastes-me por esses anos, afundar-me nas emocionais profundezas.

A encharcada e sombria cortina aveludada pendura-se em mim.

Tornando meus sentimentos distantes de nosso tão ignorante mundo.

Todos os belos momentos compartilhados, deliberadamente empurrados adiante.

...Uma distância há...



domingo, 30 de outubro de 2011

Resultado SALA DE CIRURGIA

Para aqueles que passaram pela sala de cirurgia, deixando sangue e visceras pelo chão, e voltaram vivos para nos contar suas histórias perversas:

O resultado da antologia organizada pela Amanda Reznor, com prefácio de Adriano Siqueira e eu como convidada (êêêê!!):

  
Alastair Dias - ESTUDOS HOSPITALARES

Átila Siqueira - JURAMENTO DE HIPÓCRITAS

Daniel Dutra - LÁBIOS FRIOS

Diessica Sales Lira - A SALA DO TERROR

Eddy Khaos - O DEMÔNIO CIRURGIÃO

Edweine Loureiro - SEGREDOS DO CORAÇÃO

Joe Soares - ALGOZES

Luiz Fabrício Mendes - LOREM IPSUM

Marcelo Jacinto Ribeiro - O PREÇO

Raquel Rosas - DESEJO DE VINGANÇA

Verônica Freitas (Convidada) - ENTRE NÓS

Parabéns a todos!!! 
Aguardando ansiosa o lançamento, já preparando luvas de látex e máscaras, ehehehe.

sábado, 29 de outubro de 2011

Kiss Kiss, um livro surpreendente


Roald Dahl ficou mais conhecido por suas histórias de cunho infanto-juvenil. É autor de "A Fantástica Fabrica de Chocolate" e se o vissemos apenas pelo prisma de contador de histórias fantaticas para crianças, certamente ficariamos na dúvida da alcunha de um livro escrito para o público adulto. Cheguei em "Kiss Kiss" (Beijo ou Beijo com beijo), seu livro de contos de 1959, através de indicações recorrentes, em lugares diferentes, sobre o potencial desse livro para a literatura extraordinária e sombria. Nada indicava que fosse um livro de terror ou fantástico. Apenas que se tratava de uma leitura densa, expressiva, da qual os amantes do genêro (fantástico) recomendavam. Muito curiosa pela certa falta de especificação, lá fui eu.

Fato: é difícil classifica-lo. Mas se eu tivesse de fazê-lo, diria ser um livro de contos bizarros. Não, essa idéia talvez remeta ao subgênero do terror, mas também me enganei ai, apesar da abertura do livro nos presentear com um conto com linhas tipicas do horror. É um livro de contos variados, pendendo para cá e para lá, mas sempre com essa intensidade, que se pensarmos bem, é própria das histórias de Dahl. Veja que, sua mais famosa história, sobre a fabrica de W. Wonka, não é uma mera fábula infantil. Ela tem diversas passagens, que se analisarmos bem, são bem pitorescas, nos dando muito o que pensar sobre questões subjetivas. A menina gulosa e esnobe que se transforma numa bola gigante, os meninos curiosos e desobedientes que são transportados para uma outra dimensão e se tornam tão pequenos quanto formigas, as provações constantes a que são submetidas as crianças, num habitat em que já seria difícil de resistir as tentações, e ainda mais quando é uma fabrica tão incomum, tão única.


Roald Dahl é um contador de histórias incrivel. Todas elas são capazes de te deixar com os pelos da nuca arrepiados, pois nos transporta para um cenário e ação de uma forma rápida e certeira, nos deixando, no final, com muito o que pensar. As questões ocultas que Dahl deixa nas entrelinhas é que torna seus contos e esse livro em especial algo muito valioso, e se no inicio eu sofri uma certa decepção por constatar que não se tratava mesmo de um livro de contos de terror, no final eu me senti feliz por ter adquirido uma obra tão rica em significado, que faz, a cada final, sua mente se exercitar, pensando na moral da história.


Recomendado!