terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Dois luxos e um lixo

PLATAFORMA DO MEDO (Creep - 2004)
Eu não botava muita fé quando peguei esse filme. Tudo o que tem “medo” “morte” “terror” “maldito” no nome já me soa meio fajuto, mas eu esqueço que os que ‘traduzem’ os nomes originais para o Brasil parecem nunca saber o que estão traduzindo, e normalmente destroem o sentido original fazendo o titulo parecer chamativo para quem só quer um filme de terror e babaca para os que gostam desse gênero. Mas, diferente de outros, com esse eu me enganei. Temos uma anti-heroina interpretada pela alemã Franka Potente (de Corra Lola Corra), que tem o maior jeito de “vagaba”, e é muito difícil se simpatizar com ela, rs. Ela já começa fazendo cagada quando adormece na estação do metrô enquanto espera condução que a leve para um possível encontro com George Cloney (para uma noite erótica talvez...) que estaria passando pela cidade (Londres), já que a amiga que iria acompanhá-la lhe dá um bolo. É uma situação meio inusitada e pela qual qualquer um pode acabar passando (principalmente depois de umas boas doses de álcool em combinação com o fatídico sono as altas horas da noite), ficar preso dentro de algum lugar depois do fechamento simplesmente porque alguém se esqueceu de ver que você estava ali. É particularmente um desejo meu que isso acontecesse um dia (principalmente se me esquecesse dentro de um shopping sozinha, rarara), mas claro que não para viver a mesma situação arrepiante da protagonista. Presa dentro da estação, ela se vê perseguida por uma criatura inumana em cenários de perder o fôlego (as cenas dos corredores sem fim de azulejos monocromáticos e limpos do metrô são ótimas, me lembrando muito o terceiro jogo de Silent Hill). Para mim um cenário moderno, porém solitário e silencioso, além de imenso, pode ser mais assustador do que qualquer casa mal assombrada ou velha, o perigo parece muito mais iminente. Além claro, do labirinto decrépito das linhas desativadas do metrô por onde ela tenta fugir, encontrando muita bizarrice e situações doentias pelo caminho. Esses cenários claustrofóbicos me lembram um conto que li certa vez chamado “Ratos no Cemitério”, em que um coveiro tentava descobrir o mistério por trás do sumiço de corpos de suas covas. Ele resolve entrar em uma, achando um buraco por onde ratos gigantes arrastavam os corpos para dentro de um labirinto subterrâneo, onde os cadáveres se transformavam em espécies de zumbis, vivendo junto com os ratos anormais, no final o coveiro, lutando desesperadamente para se livrar daquele lugar, se vê preso para sempre dentro dele, bruuuu.
É um filme ótimo para os que gostam do gênero, genuinamente assustador e impactante.




ARQUIVO X - EU QUERO ACREDITAR (X-Files I Want to Believe - 2008)
Não vou dar muita opnião sobre este filme, uma vez que conheço pouco sobre Arquivo X, vi uma coisa aqui outra ali, joguei um pouco do jogo (péssimo que lançou para um console já falido), mas sei que se trata de uma boa série e talvez até bons filmes, mas este...na moda das continuações de filmes antigos, X-files também fez a sua seqüência fraquíssima (até do Rambo 4 eu gostei mais). Achei que pudesse entender alguma coisa de Arquivo X assistindo a esse filme, mas é uma tristeza do começo ao fim: Um filme monótono, cansativo, confuso...nem mesmo cheguei a assistir até o final, pois não agüentei chegar nele. Não percam tempo (só gostei do poster, ehehe).



CASA DAS COELHINHAS (House Bunny - 2008)
A atriz Anna Farris aproveitou as madeixas loiras com que interpretou a sátira de Karen (O Grito) em Todo mundo em Pânico 4 para fazer esse filme mui divertido chamado House Bunny (nome dado as coelhinhas da Playboy), quando vi o titulo achei que fosse alguma coisa de sacanagem (tipo American Pie ou coisa do gênero), mas me surpreendi. Não que a loira oxigenada se revele um crânio (estilo Legalmente Loira), mas ela é muito doce e compreensiva, tendo sido educada por uma espécie de ‘manual de conduta’ da Playboy, valorizando a beleza exterior e fazendo-a entender a importância da interior. Criada num orfanato, Shelley tem um senso familiar e afeição muito grande, por isso quando encontra uma fraternidade de garotas nerds em decadência resolve ser sua fada madrinha, fazendo-as entender a importância de se valorizarem, e claro, de serem muito 'sexys', rsrss. Muito legal, um bom divertimento!


quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Desfavorita TV


Só agora voltei a ter inspiração (se é que se pode chamar esse tênue filete de inspiração) para escrever. Na verdade isso eu escrevi há quase uma semana, mas como tinham cortado a net, ficou só no doc, agora vai. A pedido da minha mãe, tive que ficar assistindo o último capitulo da novela das oito “A Favorita”, na ultima sexta, para lhe contar depois o que aconteceu, já que ela não podia ficar acordada para assistir. Depois disso pretendia assistir um filme de terror (Plataforma do medo), mas como os insuportáveis vizinhos estão fazendo um churrasco com forró no ultimo volume, acho que não teria clima (uma vez que a baderna que eles fazem é quase como se fosse dentro da minha casa.........).


De A Favorita devo dizer que me segurei em vários momentos para não rir e da mesma forma para não vomitar. A única coisa que me impressionou foi na queda da qualidade de um dos horários que era o mais rentável da Globo. Novela após novela só vejo a coisa ficar pior, a audiência cair. Quem sabe agora com Caminho das Índias, a coisa mude, já que fazer uma novela daquele país é uma coisa realmente promissora (mas prometo não usar a produção no meu TCC sobre a Índia, rsrsrs). Mas será que a Globo embarcou na onda ‘emergente’ com novelas dos países em ascensão com Negócio da China no horário das 6 e agora a Índia, só ta faltando a Rússia pra completar o bloco dos BRIC! Bem, mas voltando ao fiasco A Favorita, sim, para os noveleiros de plantão ela pode ter sido uma boa novela, mas para mim que parei de assistir novela a um tempão e quando o faço não consigo deixar de reparar na ficção dela, poucas me impressionando atualmente. Não cheguei a assistir muito desta, apenas relances aqui e ali, e pelo final não perdi mta coisa. Um final melodramático (como deve ter sido a novela toda), com personagens forçados em seus papeis, alguns irritantes ao extremo, como as opostas mocinha Donatela (Claudia Raia) e vilã Flora (Patrícia Pillar). Deus, quem em seu juízo perfeito (ta bom, falar assim eu também estaria incluindo minha mãe, mas.....sorry mommy....) conseguia agüentar aquela chorosa Donatela com seu sotaque roceiro forçado, sempre com seu “peloamordedeus...blablabla.....” e uma malvadona Flora sempre com sua arma na mão dando uma de ‘eu sou má até a raiz do cabelo e posso tudo porque tenho uma arma e vou atirar em você!’, com aquele discurso diabólico de mau caráter violenta, tentando parecer mesmo uma bandida da pior espécie soltando coisas “chocantes” como “Depois vou matar ele com um tiro na cabeça” ou “você é uma frouxa porque não quis matar sua mãe”, mas que no fim só davam vontade de revirar os olhos, tamanha a péssima atuação, sim Patrícia, você já fez coisa muito melhor e sinceramente o papel de vilã (pelo menos esse tipo de vilã) não lhe cai bem. O final arrastado só serviu pra segurar as pessoas na cadeira em frente à TV, pois foi previsível, afinal, como o Zé Bobo (que nome ridículo, rsrsrsrssrs) mesmo disse ‘se ela quisesse matar alguém teria feito isso de uma vez’ e se fosse uma pessoa tão profissional assim não teria esperado o sangue subir pra começar a atirar e ser alvejada no final por uma universitária bonequinha. Aiai....me deu bocejos....


O resto do final foi de enrolações igualmente previsíveis da classe médias/altas do elenco. Teve até a aparição de um pobre (e velho) cachorro na casa do casalzinho protagonista feliz que deu até pena, pobrezinho, ou era castrado ou deram calmante pro bichinho de tão apático e imóvel que ele era, aiaiai......
Mas as menininhas da roça cantando no final até que foi bonitinho (com voz imensamente melhores que as das menininhas que apareceram cantando no mesmo capitulo) puxando finalmente o final dessa novela que não posso chamar de péssima porque não assisti direito, mas acredito não ter passado do mediano. E que venha as Índias para trazer um ar novo para o horário nobre.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Sunddenly I See


De Repente Eu Vejo
KT Tunstall


O rosto dela é um mapa do mundo
É um mapa do mundo
Você pode ver, ela é uma garota linda
Ela é uma garota linda
E tudo ao seu redor é um poço prata de luz
As pessoas que a cercam sentem o benefício disso
Te faz calmo
Ela mantém você na palma da mão

(Refrão)
De repente eu vejo
Isso é o que eu quero ser
De repente eu vejo
Porque diabos isso significa tanto para mim? (2x)

Eu sinto como se tivesse atravessando o mundo
Como se tivesse atravessando o mundo
Você pode ouvir ela é uma linda garota
Ela é uma linda garota
Ela preenche cada esquina, como se fosse nascida em preto e branco
Faz você ficar atento quando você está tentando lembrar
O que você ouviu?
Ela gosta de deixar você pensando em uma palavra

(Refrão)
De repente eu vejo
Isso é o que eu quero ser
De repente eu vejo
Porque diabos isso significa tanto para mim?
(2x)

E ela é a mais alta
E ela está olhando para mim
Eu posso ver seus olhos olhando da página na revista
Ela me faz perceber como que eu podia ser uma torre

Uma grande e forte torre
Ela tem a força para ser
A força para ceder
A força para ver
(4x)

(Refrão)
De repente eu vejo
Isso é o que eu quero ser
De repente eu vejo
Porque diabos isso significa tanto para mim? (2x)

De repente eu vejo
Isso é o que eu quero ser...


Link para a música


Message to Obama


Message to Obama, upload feito originalmente por d.rex.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Os fantasmas nos espelhos


“Há um conto sobre o fantasma que assombra este hotel sombrio, perdido para sempre, incapaz de encontrar a saída. Noite após noite, ele experimenta cada porta no corredor sem fim, mas nenhuma se abre para ele.

Assisti dois filmes e encontrei uma resenha que fizera de um jogo oriental essa semana. Todos me remeteram novamente ao assunto ‘lendas urbanas’ e o modo como elas podem ser fascinantes e assustadoras.
O primeiro foi o recente Mirrors (Espelhos do Medo), refilmagem de um filme coreano e o segundo o também recente O Orfanato (El Orfanato). Os dois me fizeram lembrar também duas edições da revista em quadrinhos Spawn, que costumava colecionar (antes do preço ir pras alturas e a qualidade lá pra baixo), o primeiro numa pequena série de edições chamada “A Ponte” (# 114/115), ambientada no Japão, contando sobre uma lenda oriental antiga que se entrelaçava com uma lenda urbana atual, sobre um hotel assombrado. O Segundo com outra série chamada “Sete fantasmas e meio” (#130/131), sobre uma casa que abrigava fantasmas de várias épocas, e um que ainda não tinha atravessado o limitar total da morte, mas também não estava vivo. Lendas urbanas me fascinam pois são aquelas coisas contadas que você diz “Meu, eu não acredito nisso, é só história!”, mas no fundo você sente um arrepio e de verdade, prefere não entrar naquela casa estranha e abandonada ou fazer uma brincadeira que possa supostamente culminar numa coisa ruim, mesmo que diga que não acredita em nada disso. Esse sentimento de precaução, de medo contido é o que faz as lendas ganharem força e irem passando de um para o outro pelos tempos.


Vou falar primeiro do Mirrors, que me lembra muito isso. Não apenas pelo decorrer da historias, mas principalmente pelo seu final, clássico para lendas urbanas. E que se parece com o A Ponte, em que o protagonista, tentando confrontar o seu medo e solucionar as coisas, acaba perdido, como um fantasma, para sempre aprisionado dentro do espelho, ou do corredor sem fim, cujas portas não se abrem. Lembro que quando vi só um pedacinho do começo do filme (que conta com o ator consagrado por seu Jack Bauer, 24 horas, na verdade, ai ele parece uma versão aposentada do Bauer, rsrs), não achei grandes coisas, parecia um daqueles de terror sobrenatural, com mortes seqüenciais e violentas. Mas foi um engano passageiro. Depois que vi o resto achei a história muito interessante, com cenas fortes, e um ambiente promissor para contos de fantasmas (claro que o oriental deve ser muito melhor, como sempre, mas como ainda não o vi), me lembrando em alguns aspectos o meu favorito Silent Hill. E em alguns também me lembravam as perseguições de 24 horas, digamos que uma versão ‘supernatural’ rsrsrsrs, e até cheguei a pensar com graça, perto do final, em que o protagonista sai do prédio assombrado com aqueles ferimentos manjados que “O cara é o Jack Bauer, ele sobrevive até a bomba atômica, claro que ele ia resolver tudo e se safar no final”, mas ai eu comecei a perceber que ninguém dava bola pra ele, mas continuei pensando “Putz, o cara é tão fodão que nem precisa da ajuda de ninguém, sai na raça de um confronto com um demônio furioso!”, mas ai ele também percebeu que ninguém tava dando bola pra ele. E começa a reparar que ninguém enxergava ele e que tudo o que ele via era ao contrário....como se estivesse num espelho. E desesperado ele vaga pela cidade, percebendo que se tornou uma mera sombra no mundo invertido que existe do outro lado do espelho....Bem, sorry Kiefer Sutherland, mas num conto de fantasmas cujo tema são lendas urbanas, o final normalmente não é bom pra quem protagoniza, e essa não foi sua vez se dar bem.


“Os fantasmas estão sempre famintos” R. D. Jameson