Mostrando postagens com marcador Pensamentos e Reflexões. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Pensamentos e Reflexões. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A dificuldade de se dizer bom dia!

Quanto custa responder um bom dia?

Um segundo, uma breve entonação da voz, o flexionar de musculos?

Porque é tão dificil responder a essa saudação?

Já peguei-me a brincar disso e percebi como mal da metade das pessoas que atendo me respondem de volta. E eu atendo muitas. Teriam elas sequer ouvido o que isso quer dizer? Ou pensando se tratar de uma mera formalidade, não acreditam sequer que devam ser recipocras. E ainda tenho um pensamento pior, senão mais verdadeiro: seria o silêncio uma espécie de resposta? A secreta vontade de dizer algo que soaria estupido em voz alta? Pois acho que mais indelicado do que declarar sua insatisfação nas primeiras horas da manhã, é deixar de responder, deliberadamente, a uma educado bom dia.

Já aprendi a compreender muita gente e enxergar realidades que antes não percebia. Caixas, secretárias, atendentes, funcionários da 'linha de frente', aqueles em contato direto com o público, os escudos, a própria trincheira. Falando assim, parece que estamos a lidar com um universo perigoso. E é. O individuo quando vira público se torna nocivo.

Infelizmente, deixa brotar uma natureza primitiva, como se não houvesse o outro, mas apenas o 'eu'. Do outro lado, tornamo-nos a própria marca, a fachada, a instituição. Não somos a alma pensante, mas o saco de pacadas favorito, pois, aparentemente, não somos feitos da mesma massa de quem esta do outro lado. Somos o inimigo.

Um inimigo que não merece ouvir um mero bom dia, pois foi quem proporcionou seu primeiro desagrado da manhã.
Mesmo que sem querer.

Será que eu deveria, no lugar do bom dia, estar me desculpando?

Os mais entendidos do assunto, aqueles com olhar hostil e um suspiro desgostoso e proposital, deixam claro que sim. Que afronta sou eu, aquela que acrescentou mais uma grama ao seu pesado saco de interperies que arrasta logo pela manhã no calor matinal, querendo ser educada com meu bom dia. Ra-ra.
Que ousadia.

Acho que eu sou é corajosa.
Pena.

domingo, 29 de agosto de 2010

Páginas de um caderninho vermelho

"Eu já não sou o que queria...devo ser o que me tornei." 
(Coco Chanel)

Agora...

Está acabando um monte de coisas... Ou melhor, o ciclo delas esta acabando, de modo que estou numa fase de reciclagem e renovação. Mais do que nunca.

Parece um imenso balanço dos últimos tempos. A faculdade acabou, começo a trabalhar, as portas do mundo estão escancaradas na minha frente e dessa vez não tenho o titulo de aluna para me dar cobertura.

A vida adulta chegou.

E a maior questão que me aparece nem é a que eu achei que seria típica desses tempos: 
 E agora?
Na verdade, a primeira questão é aquela bem mais intima.

O que eu sou?

Eis a pergunta que mais tenho me feito nos últimos tempos. Parece que lá atrás  o ano começou com essa incógnita. Sempre começava um ano novo escrevendo planos, pensando no que ia fazer de novo e de fato tenho coisas em mente, mas tudo parece fazer parte de um segundo plano quando penso nessa questão: o que eu sou? Ou ainda, quem eu sou?

Antes de fazer planos e estipular metas, parece mais do que importante responder a esta pergunta tão intima e que, percebo agora, deixei de lado por tempo demais.
Sem ela parece que não vou conseguir descobrir a resposta das outras.
Mas afinal, o que seria de nós sem sabermos quem somos...meros fantasmas.

Tudo começou com uma tintura de cabelo errada. Bom, digamos que já tinha começado antes, mas de maneira isolada e esporádica, que não me dava um sinal forte de alerta, apenas me incomodava um pouco, mas logo sumia.

Mas dessa vez isso e a perspectiva da mudança do começo do ano me fez ver as coisas límpidas e claramente. Parece que sempre são as coisas mais pequenas que põe enfim as maiores interrogações abaixo.

Quem eu sou afinal? Ou...O que eu sou?

Então começaram a me vir algumas respostas engraçadas...e óbvias...com cheiro de poeira do tipo que eu deixei por um tempinho num canto decantando, esperando para serem relembradas e voltarem a tona.

O que eu sou...

De repente eu me vi aos poucos sendo o que eu não era. Depois eu vi as outras pessoas me vendo assim e dizendo que eu era daquele jeito.

Mas eu era mesmo?

Ou era só a imagem que estava passando para os outros, mas que não era o meu “EU” verdadeiro?

Por um tempo, acho que bem no meio da faculdade para cá, resolvi experimentar algumas coisas, principalmente para mudar meu visual. Muitas delas foram boas escolhas (o novo corte de cabelo, a mudança das roupas ‘masculinizadas’ (influencia do único irmão...) pelas mais femininas...), mas outras eram por um desejo meio (Bobo? Estranho? Leviano?) de me adequar de certa forma, de seguir um estilo que me fizesse ficar longe do patinho feio que eu tinha sido sem ficar totalmente descaracterizada.

Mas de fato eu fiquei descaracterizada...
Tanto que até me atribui características novas que não eram exatamente da minha personalidade, mas do que achava bonito, interessante, ADEQUADO.

Tentei me adequar ao mais feminino primeiro. Boa parte disso deu certo (sem arrependimentos). Depois ao que achavam que ia me deixar melhor (embora eu não soubesse se ia ou não e normalmente tinha a leve impressão que ‘não’), algumas coisas que era suspeito de me deixar confortável (normalmente não deixava).

Depois veio a moda. Normalmente não sou de seguir moda. Mas ai surgiram algumas que casaram com gostos que já tinha antes, como cor do cabelo e de roupas. Ai foi o inicio da perdição.
Foi ai que começou a novela do chocolate.

Primeiro veio a ‘tendência’ da moda capilar: o castanho era a sensação. Mesmo que cabelo escuro nunca tenha sido minha praia, comecei a escurecê-lo cada vez mais, pois cores escuras eram a tendência...

Mas e quanto a mim? O que eu sentia era algo estranho. Como se estivesse levemente incomodada com a facilidade de minha decisão contraria ao que lá no fundo eu sentia que não era o que eu queria.

Mas o que eu queria não fazia parte das ultimas tendências da estação. Era uma tendência só minha e tinha medo de segui-la.


Mas por quê? E se eu não seguisse, a quem eu iria esta incomodando?
A única incomodada no final das contas era eu...

Mesmo que dentro de mim eu saiba o que quero, parece haver uma barreira que impede da minha vontade chegar até a superfície. É como se ela (esse fio d’água que separa as profundezas do mundo lá fora) estivesse por demais congestionado por ruído, detritos, por uma serie de pequenas coisas que me impedem de poder chegar com minhas escolhas intactas até o outro lado. É frustrante.
As minhas escolhas sempre se tornam as ‘escolhas dos outros’ pelo caminho.

O que eu sou afinal?

O que me privou por muito tempo da resposta ou sequer da cogitação disso foi algo que, pensando bem, foi meio bobo e compreensível.

Eu tinha medo. Do quê? Do passado.
Bem, é bobo, pois hoje eu sou forte para ver o que é bom ou não para mim. Tinha aquele medo do passado voltar, mas eu saberia como lidar com ele.

Compreensível, porque é fácil imaginar porque o passado me apavora tanto. Eu nem consigo olhar ele de frente. Foi uma época que tinha um certo medo que voltasse, de tão ruim que foi.

Eu achei que barrando o que eu era no passado, seria alguém melhor. Uma parte disso faz sentido, mas outra só tinha muito medo do que eu fui, de modo que bloqueou o retorno de tudo temporariamente, querendo criar um outro eu, que depois de um tempo começou a me soar falso e descaracterizado.

Isso era eu?

Digamos que fiz uma viagem de alguns anos, no meu interior, fora dele, no meio de todo mundo, como quem anda por um campo de varias flores, garimpando, tocando, provando, escolhendo, descartando, sentindo...

Larguei o estilo bruto que usava para me enveredar por vário estilos, provando o novo, o desconhecido, a moda, o batido, o exótico, para ir vendo de tudo isso, o que melhor se encaixava em mim.
No final, eu me sinto como se tivesse me desmontado, embaralhado, tentado me juntar com peças novas, que se encaixavam de alguma forma, mas não de outra, testando...até  que agora, depois de muitos encaixes e desencaixes me sinto enfim voltando ao rumo certo das peças, como se elas sempre estivessem lá, mas precisassem dessa bagunça, pois se juntaram a peças novas, se reinventaram numa figura antiga renovada perfeita. Ta, talvez não perfeita, mas está ótimo para mim.

Não é que o meu “EU” antigo vá voltar. É isso que tenho que parar de ter medo. Mas o meu “EU” verdadeiro sempre esteve aqui em algum lugar e a verdadeira essência dele estava meio submersa. Renovada, depois de tanta coisa que aprendi, vou saber direcionar ele para o caminho certo. Minha essencia natural precisa voltar à superfície.


domingo, 27 de junho de 2010

Mais um dia


Mais um dia. Quarta. Quarta era seu dia favorito, não sabia bem porque, talvez porque fosse o meio da semana, entre os dois dias iniciais e os dois finais, entre o primeiro dia do fim de semana e o último. Era quarta e já estava desejando uma dose de vodka limão. E ainda nem era dez da manhã. Precisava se concentrar, mas não conseguia, e seu dia-a-dia estava se tornando levemente estressante e assustadoramente monótono. Não pela repetição das mesmas coisas, mas por uma sucessão de acontecimentos diferentes que culminavam numa coisa só: pressão, estresse e desassossego. Nunca se imaginou alvo do que ela mesma achava impossível em si: Perder o controle. E o sono. A calma, a que todos achavam notável, ainda estava lá, mas aos poucos com a superfície um pouco chamuscada pelo inquietação muda em seu interior. Aquilo iria explodir, sentia isso toda vez que tocavam numa brecha invisível que fazia seu humor bipolar virar. E suas explosões a assustavam, pois ainda não tinha controle sobre elas, sobre o que sentia depois em relação a elas. Queria não estar presente quando os estilhaços voassem. Quem dera ter essa sorte.

sábado, 12 de junho de 2010

Uma breve explanação

         Buscando inspiração para escrever lembrei-me de histórias antigas ou mesmo as novas, envolvendo mortes horrendas e violentas, daquelas que te dão um arrepio e te fazem pensar para onde Deus estava a olhar naquele momento. Ao crime em si nada se sabe de concreto, meras suposições. Recolhesse fatos, provas, evidências, para se montar as peças espalhadas pelo assassino ou pela própria situação, mas não se chega ao que realmente aconteceu, coisas que somente a vitima saberia explicar. Não creio que já tenham inventado algo que pudesse interrogar os mortos.

            Ao assassino vale-se várias famas: monstro, covarde, demônio, entre séries de palavrões de alto ao mais baixo calão. E, é claro, louco.

            Loucura, o caminho mais fácil de se explicar um ato hediondo, se o sujeito é louco ele não é responsabilizado diretamente, não estava consciente do que fazia ou entendia isso de outra forma e assim os manicômios vão se enchendo de psicóticos, os que foram possuídos por um espírito maligno e já não se lembram de nada do que cometeram ou apenas aqueles que aproveitam a “senilidade” para ficar num lugar melhor que a cadeia.

            Mas afinal, de onde vem isso, a raiz de todo esse mal que de repente explode numa cena que, horas depois será o “local do crime”? Alguém que diz “Oh, que horror!” ao ler no jornal ou ver pela TV coisas do gênero já se importou em saber a origem de tanto horror? O que faz despertar na mente idéias tão maquiavélicas e que impulso as leva a concretiza-las?

            Loucura.

            Todo tipo de loucura.

            Estar louco não se resume em falar ou praticar coisas sem sentido ou ficar babando enquanto acha que conversa com pessoas imaginárias.

            É possível se estar insano e não saber, talvez esteja dentro de todos, mas alguns levam mais à sério seus instintos, estão mais na beira do precipício...

            ...basta um empurrão e catapum!

                                   ...acontece...



O que vem antes é o que precisam saber.

--------------------
"O adormecer da razão gera monstros" (Goya)

domingo, 16 de maio de 2010

Do domingo

Algumas coisas dos ultimos minutos desse domingo especial:


Me embreagando com o novo album do Creed, Full Cicle (2009), bom demais!!! 12 musicas do bom e velho rock crediano, ahaha!!

01. Overcome
02. Bread of Shame
03. A Thousand Faces
04. Suddenly
05. Rain
06. Away in Silence
07. Fear
08. On My Sleeve
09. Full Circle
10. Time
11. Good Fight
12. The Song You Sing




Seguindo uma biblia das artes (presente amado e perfeito de aniversario *.*), o "501 Grandes Artistas" que me levou para a Escola Austral de Paisagens, nas dinastias do oriente, com paisagens muito inspiradoras de quase mil anos atrás, que nos remetem não apenas a um jogo incrivel de perspectiva e profundidade, mas a uma vista que nos faz ver através de muitos séculos.



E uma pizza portuguesa, com sobremesa de petit gateau e um passeio pelas ruas solitarias e descontruidas da cidade bagunçada do final da noite do fim de semana, uma entrada pelo bosque solitario da cidade, nebuloso, frio e silencioso, com medo dos velhos e mal encarrados guardas por travessuras passadas, rs, e depois...a volta repentina e uma preocupação que ficou e deixa meu pensamento meio longe daqui, mais precisamente num terminal frio de SP, com alguém que vai dormir ao relento para tentar se superar. Boa sorte, nos sonhos espero estar ai!

Boa noite!

quinta-feira, 18 de março de 2010

De repente a mudança

Não mais que de repente, embora pareça um século, é assim que é o tempo, um sopro e uma eternidade.

E me vejo de repente espantada. Já estou aqui, já cheguei aqui, era aqui que queria estar, era enfim isso que queria alcançar, então...e agora? Não que não tenha nada mais para alcançar, mas acho que me esqueci de renovar a lista de pretensões. Essa esta expirando, chegando ao fim, e quando se chega ao fim disso vem sentimentos estranhos e contraditórios como realização e saudade, contentamento e vazio. O fim de um ciclo enfim e ai que me lembro que mal tinha pensado nele e quando penso nisso parece que foi ontem que começou. Fico ainda mais espantada quando percebo que não é o primeiro ciclo que se fechou, mas já não consigo me lembrar com tanta clareza dos anteriores. Estou ficando velha? Nossa, isso é mais engraçado do que imaginei. Surpreendente e assustador ao mesmo tempo. Ficar velha é então começar a ver o que ficou para trás, o que aconteceu de mais memoravel ou mais simples nestes trechos da vida que pareciam uma eternidade para passar, mas que foram tão rapidos, como retratos que vão ficam meio difusos, e cada vez mais difusos? É estranho também. Perceber que cheguei ao final do caminho imaginario que tracei para mim desde o momento em que comecei a pensar nessa estrada desconhecida chamada 'futuro'. Agora vejo brumas e a luz para clarear novamente esse caminho é começar a imaginar e tecer o meu futuro daqui para frente, começar a destrinçar essa incognita cada vez mais iminente de resposta.

domingo, 29 de novembro de 2009

Remembers


Quinta (26/11) foi exibido na rede Globo no programa Por Toda Minha Vida um especial sobre o Claudinho, da dupla de funk Claudinho e Buchecha, que morreu em 2002, num acidente de carro na Dutra quando voltava de um show aqui pertinho, em Lorena. Assistir a esse especial e reprisar a carreira da dupla foi como dar um mergulho direto no meu passado...uma época do passado incrivelmente viva e da qual me surpreendi ao sentir tanta saudade. O programa tem exibido artistas da música que já se foram, mas deixaram uma marca muito viva nas gerações por onde passaram. Assistir a Elis Regina, Cazuza, Renato Russo...é diferente. O estilo musical me agrada mais, porém o efeito não é o mesmo que ver o funk romantico que contagiou o final da minha infância. Como disse, é mais vivo, fez parte de mim, fez parte de uma época inesquecivel da minha vida, vivamente. Ouvir os primeiros estouros como "Conquista" e lembrar da letra inteirinha como se fosse ontem que eu cantava os versos "Olha eu te amo, e quero tanto, beijar teu corpo nú, não, não é mentira, nem hipocrisia, é amor, com você tudo blue...", é, eu sei, hoje em dia isso parece meio brega (e longe do meu estilo), mas naquele tempo, junto com os amigos, em coro, ah que delicia que era esses estouros....e a sensação da delicia que volta intensamente com essas retrospectivas de um tempo em que vivi é que me deixa com lágrimas nos olhos e suspiros nostalgicos. Que tempo aquele meu deus! Bem no olho do furação que se transformou minha vida, exatamente num ponto divisor entre a calmaria e a reclusão. Uma tempestade que as vezes arrancou galhos violentamente e as vezes levantou os voos mais altos. E como eu senti isso ontem, quando a voz melodiosa da dupla me fez lembrar do que há muito eu nem lembrava. Dos fins de semana de sol, da feira livre da cidade, onde eu e meu irmão podiamos ir a vontade comprar cds de musica originais por preço de banana no 'cara da feira', numa época em que cds eram tão caros que isso era um luxo e que a pirataria ainda não tinha se disseminado. Na turma da escola (nos tempos em que a escola era deliciosamente prazerosa de se ir) que se reunia para cantar e dançar os sucessos dessa e de outras duplas e bandas, mas não só isso, do tempo das brincadeiras, dos jogos, das apresentações de final de ano, com os pais tirando fotos e para muitos, a única oportunidade de ver os pais ali, vendo o seu progresso escolar de perto. De como corriamos pelo patio do santuário da cidade ouvindo musica pelo antigo walkman, que rodava fita K7 ou como usavamos o gravador do radio de casa para registrar os momentos familiares de furia da nossa mãe que pirava quando demoravamos demais no banho, para depois rir do que nos tinha feito chorar de vergonha e raiva na hora. Fazia tempo que algo não me lançava direto para esse passado não tão distante, mas que hoje parece outra vida, em outra dimensão que infelizmente se fechou. Lembrar disso é bom e ruim ao mesmo tempo, é doce e amargo.
E como diz a música...esse passado parece um pedaço que falta no meu coração.

* * *


domingo, 25 de outubro de 2009

A Lenda do Monge e do Escorpião




"Um monge e os seus discípulos caminhavam por uma estrada e, quando passaram por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas e quase afogando-se. O monge correu pela margem do rio, jogou-se na água e apanhou-o com a mão. Quando o trazia para fora da água, o bicho picou-o e, devido a dor, o homem deixou-o cair outra vez no rio. O mestre tentou tirá-lo novamente e novamente o animal o picou. Alguém que estava observando, aproximou-se do mestre e disse-lhe:

- Desculpe, mas o senhor é teimoso! Não entende que todas as vezes que tentar tirá-lo da água ele irá picá-lo?

O monge respondeu:

- Ele só agiu conforme a sua natureza, e eu de acordo com a minha.

Foi então à margem, apanhou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio, colheu o escorpião e salvou-o. O monge voltou e juntou-se aos discípulos na estrada. Eles que tinham assistido à cena, receberam-no perplexos e penalizados, dizendo:

- Mestre, deve estar doendo muito! Porque é que foi salvar esse bicho perigoso e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele agradeceu a sua ajuda! Picou a mão que o salvara! Não merecia a sua compaixão!

O monge ouviu tranquilamente os comentários e respondeu:

- A natureza do escorpião é picar, mas isso não vai mudar a minha, que é ajudar."

* * *
Moral da História:

Cada um age de acordo com o que acha que é certo. Não seremos melhores se mudarmos o outro e nem podemos fazer isso. Não seremos melhores se modificarmos nossa natureza para rebater a ofensa recebida. Devemos apenas nos precaver, mantendo o que somos, nossa indole e valores, sem nos deixar influenciar pela natureza e atitudes do outro, pois cada um dá o que tem, e o que a natureza deixa mostrar.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Sexo banal

Já reparou como é fácil fazer sexo na televisão? Quando vemos cenas mais ousadas ou eróticas numa novela, filme ou seriado, é tudo muito simples. Tá certo que é ficção e não tem que condizer muito bem com a verdade, é apenas uma maneira romanceada e mais 'fácil' de se fazer as coisas, mas...Nas últimas vezes em que vi cenas desse tipo na telinha me peguei a pensar com meus botões: e pra quem vê? Eu tenho que adimitir: quando eu era mais nova (aiai, e isso esta ficando cada vez mais distante no tempo, rsrs) e via - inevitavelmente - cenas como essa em uma novela ou filme achava que era provavelmente daquele jeito mesmo: no calor da situação, no 'agora é a hora'. Mas ninguém vê ninguém se prevenindo ou achando isso importante. Mas como eu disse, a ficção é só uma visão romanceada da realidade, hmmmm......... O que eu pensei mesmo, e escrevi esse post só para expressar esse meu pensamento que me deixou meio preocupada foi: Adolescentes principalmente quando vêem esse tipo de cenas eróticas podem ser induzidos a pensar que as coisas são tão fáceis como na ficção? Que na verdade na hora do 'vamô ver' é só fazer como os atores fazem nos filmes que é a mesma coisa, não enxergando que é um fingimento o 'sexo fácil' da ficção, que omite os detalhes práticos da realidade como se prevenir com uma camisinha ou pirulas, pois caso contrário a merda tá feita? (e a AIDS ta ai pra mostrar que o problema não ta só numa gravidez indesejada). Quando via essas cenas ficava pensando como seria possível uma coisa daquelas, como essas personagens não ficavam grávidas as pencas com essas relações aparentemente 'livres' (e não estou falando dos 'casais casados', e mesmo esses correm perigo), claro que é ficção, então é claro, não iria acontecer nada, mas e na realidade? Na mesma época em que vi essas cenas de transas 'em qualquer lugar a qualquer hora, sem compromisso porque não acontece nada' em seriados e filmes ouvi uma adolescente que embora se sentisse 'adulta' com seu namorado e suas experiências, não deixava de ser uma adolescente e no fundo bastante imatura ainda e o modo como achava normal reproduzir certas coisas da ficção, como se, assim como na ficção, não fosse lhe acontecer nada, me deixou um pouco espantada. Então afinal, a naturalidade com que o sexo se desenrola na telinha pode induzir um jovem a pensar que é igualmente fácil na vida real, desse modo fazendo com que ele não se preocupe tanto em se prevenir ou não ache importante fazer isso sempre? Hmm...comecei a perceber como alguns tipos de cenas que me passavam desapercebidas - talvez nem tanto, rs - podem ser perigosas.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O Silêncio

Estava revendo as comunidades da qual participo no orkut esses dias e achei a descrição de uma delas ("Não me arrependo do meu silêncio") muito a minha cara (como faz muito tempo que participo dela, tinha até esquecido como era legal essa descrição). Vou reescrevê-la aqui:

"Existem momentos de falar e momentos de silenciar. Escolha qual desses momentos é o correto, mesmo que tenha que se esforçar para isso. Por alguma razão, provavelmente cultural, somos treinados para a idéia de que somos obrigados a responder a todas as perguntas e reagir a todos os ataques. Não é verdade... mas você responde somente ao que quer responder e reage somente ao que quer reagir. Você nem mesmo é obrigado a atender seu telefone pessoal. Falar é uma escolha, não uma exigência, por mais que assim o pareça. Você pode escolher o silêncio. Além disso, você não terá que se arrepender por coisas ditas em momentos impensados. ME ARREPENDO DE COISAS QUE DISSE, MAS JAMAIS DO MEU SILÊNCIO. Responda com o silêncio, quando for necessário. Use sorrisos, não sorrisos sarcásticos, mas reais. Use o olhar, use um abraço ou use qualquer outra coisa para não responder em alguns momentos. Você verá que o silêncio pode ser a mais poderosa das respostas. E, no momento certo, a mais compreensiva e real delas".

Eu amo o silêncio. Já fui elogiada, criticada e caracterizada por isso. Antigamente eu achava que fosse um ponto negativo meu, por algum tempo eu usei ele da forma errada mesmo, para me isolar, o silêncio era um muro em volta de mim, uma instrospecção acentuada, um reflexo da minha timidez atingindo um nível perigoso.
Hoje eu sei cuidar melhor disso, sei que não sou anti-social por causa do meu silêncio, sei que ele serve para coisas muito boas, embora ainda tenha pessoas que o critiquem (eu não ligo, eu até gosto de ouvir criticas, elas me ajudam a identificar onde estou errando). Algumas pessoas até confiam mais em mim como confidente justamente porque sabem que eu não saio por ai falando nada aos quatro ventos, que eu só falo quando necessário, com quem eu quero e quando eu quero. Hoje eu sei que meu silêncio não é isolamento, ele não impede mais ninguém de se aproximar de mim. É um modo de vida que aprendi a dilapidar, tirando as partes mais grosseiras, que me deixavam com um ar assustador (rs), para ser apenas eu, com meu jeito de ser, reservada, na minha, mas receptiva as pessoas que quiserem me conhecer. Eu amo ser assim.

"Há tanta suavidade em nada se dizer, e tudo se entender."
( Fernando Pessoa )

sábado, 6 de junho de 2009

A arte de perder


UMA ARTE
Elizabeth Bishop

A arte de perder não é difícil de dominar.
Tantas coisas contêm em si a prerrogativa
Da perda, que perdê-las não é nenhum desastre.

Perca um pouquinho a cada dia.
Aceite, austero, a perda das chaves da porta, a hora gasta inutilmente.
A arte de perder não é difícil de dominar.

Depois perca além, mais rápido:
Lugares, nomes, situações...tantas coisas.
Nada disso trará um desastre.

Perdi o relógio de mamãe. E veja!

minha ultima, ou antepenultima, de três casas amadas que tive.
A arte de perder não é difícil de dominar.

Perdi duas cidades lindas.
E um império que eu possui, dois rios, e mais um continente.
Sinto falta deles. Mas não foi um desastre.

Mesmo perder você (a voz engraçada, o gesto que eu amo) Não muda nada.
Pois é evidente que a arte de perder não é tão difícil de dominar
por mais que pareça (Escreva!) um desastre.

Nos rascunhos de Bishop para o poema, a conclusão de One Art fica muito
mais explícita, como é possível ler nesse trecho:

All that I write is false, it’s evidentThe art of losing isn’t hard to master.oh no.anything at all anything but one’s love. (Say it: disaster.)

Tradução livre:
Tudo o que escrevi é mentira, é evidente
A arte da perda não é dificil de dominar
oh não qualquer coisa, qualquer coisa exceto o amor de alguém.
--------------------------------------------------------
Extraido do filme "Em Seu Lugar" (In her Shoes) - 2005
- Sobre o que fala o poema?
- Perda..? Amor...!
- Ah!E o que quer dizer isso? Que o amor já esta perdido? Bishop escreve isso como uma possibilidade, uma probabilidade? Como?
- Bem...a principio ela fala sobre perder coisas reais como chaves...depois ela torna-se grandiosa, como perder um continente.E a forma como ela diz, parece não ter importancia. Ela quer que soe
como se não tivesse importancia, porque ela sabe, no fundo, como é ruim o sentimento de perda.
- Perder o quê? Ou quem? Um amante?
- Não. Um amigo.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Ócio produtivo?

Sabe quando você devia estar preocupada com coisas mais 'relevantes' e simplesmente não consegue? Como agora em que eu devia me preocupar com a prova de direito internacional que terei na quinta-feira (e ainda uma provinha chata de inglês manhã), com meu projeto de monografia sobre a Índia (eu bem que podia ter escolhido um tema menos chamativo ou difícil, penso eu agora...) ou meu estágio que não consegui ainda, mas no entanto estou aqui escrevendo este post e pensando em outras coisas que posso acrescentar aqui no blog, ou sobre coisas 'extra faculdade' que não tem 'nada a ver' com as responsabilidades atuais de trabalhos e monografia, tipo uma tela que quero pintar (e ainda pedi ajuda de uma amiga minha que está muito mais atolada que eu na faculdade) ou um livro que quero ler. Até o estudo de línguas, que poderia ser um gancho extra para a faculdade (já que tenho me dedicado a tantas pontas soltas) tenho avacalhado. Será preguiça? Não acredito, acho que a melhor definição seria: falta de estimulo. Em casa, na faculdade, pro futuro, fico com um bom tempo livre a minha frente sem saber ao certo o que fazer com ele e quando vejo, perdi mais tempo pensando em como ocupá-lo que acabei por perdê-lo de vez.


"Há coisas que são conhecidas, e coisas que são desconhecidas. E entre elas, há portas."
William Blake

terça-feira, 11 de novembro de 2008

No neighbor

Eu sei que podem me achar uma chata, ranzinza e tudo o mais, mas odeio vizinhos. Pelo menos depois que 'cresci'. Quando era moleca, ter vizinhos era muito divertido, eu me ralacionava bem com a maioria, que também tinha crianças pra brincar comigo. Mas depois que passei a morar no bairro afastado em que moro (e não sei se isso influenciou) e fui crescendo, ter vizinhos passou a ser um inferno. Ter vizinho significa basicamente: não ter controle. Não sei se fui eu que não tive sorte, mas são quase sempre pessoas estranhas, com habitos completamente diferentes do seu, morando colados ao seu lado, fazendo coisas (normalmente muito barulho) do qual você não pode fazer nada, pois, por direito, estão num espaço que lhes pertence, mesmo que o espaço sonoro ultrapasse os muros que dividem as propriedades. Tenho ideias loucas as vezes de, se tivesse dinheiro, compraria dois ou mais terrenos por todos os lados da minha casa (não essa, mas se pudesse ter outra casa, em outro lugar mais habitavel), só pra não ter o incomodo de gente morando ao meu lado, como seus trocentos cachorros latindo à noite e fazendo escandalo de dia. Com seus filhos pequenos, birrentos, insuportavelmente barulhentos (não tenho experiencia com criança, por isso não posso dizer com 100% de certeza se gosto ou não delas, mas se fosse me basear pelas do vizinho, com certeza seria 100% de "não"), que ficam acordados até altas horas da noite (será os tempos modernos? Porque lembro que no meu tinha que estar na cama no máximo antes das 23hs), gritando, correndo, brincando (lindo, lindo, coisa de criança, deixa elas, aham, deixa ser no seu ouvido depois de uma noite mala de aula na faculdade, cansado e querendo dormir...), nos ultimos tempos deram pra...jogar bilhar até de madrugada, meu Deus, dai me forças! O que esses pais de hoje em dia tem na cabeça?? Titica de galinha? Funk do créu? (que, alias, esta na boca de todos os pequenos, que decadência). Longe das musica bizarras de tão ruins, repetidas dezenas de vezes num som absurdo, longe das conversas 'gritadas', coisas pessoais que dá pra saber até nos minimos detalhes de tão altas que são contadas, enfim, longe dessa gente tão diferente e tão insuportavel, que só sabe perturbar e não tem o minino de sensibilidade em perceber que há mais gente morando na rua além deles.

sábado, 11 de outubro de 2008

Noite

Sempre gostei de fazer coisas a noite, não daqueles tipos que a maioria parece fazer, como 'sair pra balada', minhas noites eram mais modestas, em casa mesmo, mas eu me sentia mais inspirada no escuro, com as estrelas silenciosas e a lua solitária me fazendo companhia....
Quando estudei de noite no colegial foi um porre e sempre que me lembro daquele tempo é com uma certa melancolia, como se tivessem sido 3 anos absortos em escuridão e desânimo. Odiei a experiência e pretendia não repeti-la se tivesse escolha. Não tive. O ultimo ano da minha faculdade é obrigatoriamente noturno, então depois de 3 anos estudando em companhia do sol, eis que parece voltar a escuridão daqueles dia sem luz e sem calor. Só que é muito pior, eu não sei explicar direito porque, mas é, é como se junto com o sol eu pudesse sentir um pouco de vida, e como isso mais animação, mais esperanças, pareciam ter pessoas mais em comum, parecia o meu habitat, e não achei que a mudança de período fosse mexer tanto comigo. Estou me sentindo muito vazia no novo turno, como se a falta do sol tirasse minhas forças (é uma comparação meio teatral, mas é assim mesmo que me sinto). Me sinto tão deslocada e pouco a vontade, sem estimulo para continuar esses que parecem os 12 meses mais longos da minha vida. São todos tão adultos e profissionais, parecem tão bem sucedidos naquilo que é o objetivo final da faculdade, não formar novos profissionais com bagagem teórica, mas sim prática e me sinto tão pequena e infantil perto deles, pareço uma menina que sem querer caiu ali no meio deles e agora se sente perdida, se perguntando se era mesmo aquele caminho que devia ter pegado. Se eu pudesse desistir de tudo agora mesmo não pensaria duas vezes, se não tivesse nada que me amarasse aqui já estaria longe, mas os grilhões são muito pesados e fortes e minha consciência é uma coisa sensível, ela fica pesada por qualquer coisa, imagina por isso...

Katherine Anne disse uma vez: “Parece haver uma espécie de ordem no universo no movimento das estrelas e na volta da terra e na mudança das estações. Mas a vida das pessoas é quase um puro caos. Todo mundo toma a sua posição, afirma o seu próprio direito e sensações, confundindo os motivos de outros ao seu próprio!”

sábado, 20 de setembro de 2008

Podemos Também Ser Estranhos


Até que ponto você pode dizer que conhece alguém?

Ou até que ponto você pode conhecer alguém chegando a desconhecer?

Uma amizade antiga e uma grande amizade são a mesma coisa? O tempo em que você conhece alguém pode fazer de vocês grandes amigos ou depois de todo aquele tempo você ainda consegue se surpreender com o tanto que desconhece a pessoa? Pense na sua vida, no tempo que passou, nas coisas que mudaram principalmente, nos amigos, nas pessoas próximas...você ainda consegue ser o mesmo com elas ou descobre que o que tinham em comum no passado já não tem mais nada a ver hoje? Se você conhecesse hoje as pessoas que estão na sua vida há tanto tempo, poderiam ainda ser amigos, rolaria a mesma quimica que acontecia quando tudo começou muito tempo atrás? Tenho sentido que não...As pessoas podem mudar tanto, e as coisas que tinham em comum no passado já não tem mais nada a ver hoje e então, o que fazer? É possível pedir divórcio de uma amizade? Ou é mais fácil trocar alfinetadas bem espetadas, reciprocas e inuteis, como dois velhos que já não sabem o que os faz ainda ficarem juntos e talvez por raiva ou cinismo, tem necessidade de trocarem ferroadas? Um laço de intimidade e antiguidade os une como algo que nunca se apagará, mesmo que tudo o que tenham vivido e que os uniu por tanto tempo agora pertença a uma outra vida que ficou no passado...um passado que não só não voltará como já não interessa a ninguém. Principalmente aos mais interessados...

Parece que as pessoas que você conhece a menos tempo te conhecem melhor, não parece? Talvez seja porque eles não te conheceram no passado, naquela sua vida que já não existe mais e que você prefere que fique só nas histórias, onde nem tudo precisa ser revelado . As que te conhecem a muito (muuuito) tempo parecem carregar um tipo de peso, que se mal fadado pode torná-los estranhos. Não que seja sempre assim, mas....

....eu queria que não precisasse ser assim, mas todos nós mudamos e por mais próximos que estejamos, ainda assim a vida pode nos separar.

sábado, 6 de setembro de 2008

Caminhos



"Perder o caminho é desastroso. Mas perder o ânimo para a jornada é infinitamente pior".


Já sentiu ter perdido os dois? Eu sinto... e se um é infinitamente pior ao outro então estou mesmo ferrada. Me refiro a falta de perspectiva em relação a faculdade. Já estou no último ano e me sinto cada vez mais perdida e com medo do raio do futuro (essa incognita tão assustadora, sobre o qual está todo o peso das esperanças , das realizações das incertezas, que na cabeça de alguns, como os pais, já são certezas e que você tem que se virar pra transformar em realidade, com um medo danado de decepcioná-los no final das contas...), pra começar nem estou fazendo algo que gosto, na faculdade que gosto, na cidade que gosto, sei que as coisas não tem de ser do jeitinho que a gente gosta, mas as vezes dá um desanimo que o rumo que as coisas tomem seja tão contrário aquilo tudo que você queria. Já fiz informática, pra descobrir dois anos depois que se não saisse daquela canoa furada ia naufragrar rapidinho, fui para gestão empresarial achando que ali descobriria meu caminho dentro da faculdade, mas com o passar do tempo só tenho confirmado o primeiro desastre: a perca do caminho. Apesar de ser menos pior que o curso anterior que fazia, não tenho vocação para gerir o que quer que seja, e não me vejo fazendo isso profissionalmente, mesmo que seja 'um degrau para algo mais no...futuro'. Só que falar isso não é fácil e por isso que não falo, rsrs, mas resolvi pôr aqui porque acho que dificilmente algum colega de classe ou professor irá ler sabendo que fui eu, então posso tacar o pau. A faculdade (uma coisa de quinta do governo) não é nada do que eu esperava que fosse uma 'faculdade' (tá, só tem nome, um cursinho técnico supera em muito aquilo), isso já destruiu aqueeeeles sonhos, só tem os dois cursos pelos quais já migrei (informática e gestão empresarial) e nenhum dos dois faz meu tipo, mas como não tinha escolha mesmo (é de graça e não posso fazer nada pago, fica algo pra escolher?), fui para a gestão achando que não poderia ficar pior que o curso anterior....mas agora é que sinto uma sensação estranha de que piorou mesmo tendo melhorado. Quer dizer que eu entendo melhor as aulas e tudo o mais, é uma coisa mais 'humana', e achei que era essa parte humana que faltava no curso anterior e que me fazia sentir que estava escolhendo o caminho errado, mas o caminho errado mesmo começou quando pensei que esse 'futuro' estava longe de chegar e não o planejei direito, entrando no primeiro atalho fácil que me apareceu, e que me levou para caminhos muuuito diferentes do que eu imaginava. Gerir empresas não é meu forte, mas não digo simplesmente por ter dificuldade em uma ou outra coisa que me deixam meio insegura, o problema é que não tenho nem de longe o espirito daquelas pessoas capitalistas e empreendedoras que deveria ser o básico para se fazer um curso desses, acredito. Os professores podem até dizer para animar, que isso é normal, que os periodos de dúvida vão existir e blablabla, mas eles não entendem, ou entendem mas não querem adimitir (tipico!) que se você não tem aptidão pra fazer algo, mesmo que não tenha opção, não vai conseguir fazer, não vai dar tudo de si e conscequentemente vai ficar uma droga e a culpa não é que você não tem capacidade, mas simplesmente não consegue entregar seu coração praquilo, é pecado dizer que você não consegue diante de tantas pessoas que dizem ser fácil? Agora tenho me sentido cansada de tentar gostar de uma coisa com a qual não tenho mesmo afinidade e não conseguir forças suficiente para prosseguir o pouco que falta. Ás vezes tenho medo de alcançar o que está depois dessa porta chamada futuro e descobrir.......que infinitamente pior do que perder o ânimo é não ter o que esperar lá na frente.