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segunda-feira, 4 de julho de 2011

"Making of" dos meus contos - Cursed City

Irei começar pelos contos selecionados pela Editora Estronho este ano.
Já são 5 livros nos quais tive a oportunidade de participar. Mais do que imaginei possível a algum tempo. Nossa! Mas esta editora, que tem um leque bem variado de antologias, para mim é como uma casinha de doces, na qual posso me fartar com os temas que, outrora, eu não encontraria com tanta facilidade para escrever e ainda ter a oportunidades de ser publicado.

Bem, pensei em escrever um pouco sobre o processo de criação de cada um deles e das coisas que me inspiraram a escrevê-los, além do meu próprio gosto natural pelo terror. É, é, eu sou daquela que gosta de umas notas no final do livro, de um “making of” estilo “veja de onde saiu essa ideia louca”, rs.


O primeiro (e mais aguardado) livro foi:

Cursed City – Onde as almas não tem valor

A primeira vez que vi a chamada dessa antologia, foi através de uma amiga, que me mostrava a nova seleção da Estronho. Eu vi e pensei “Legal, bem original essa”, mas não tinha a intenção de escrever num primeiro momento. Pensei que velho-oeste não tinha nada a ver comigo, e dessa forma, me passou batido o tema.
Porém, com o tempo, eu fui gostando da ideia de escrever sobre coisas que nada tinham a ver comigo, principalmente por causa do desafio de contos que passei a fazer parte com duas amigas blogueiras (Celly e sua irmã, Yane), instigando a escrita de temas incomuns aos nossos gostos. Então comecei a olhar Cursed com outros olhos e me perguntar: Porque não? Foi então que a primeira centelha desta história se acendeu e o resto, um caderninho rosa que eu carregava comigo terminou de contar, rs.

Eu queria inspiração, mas não apenas isso. Estava inspirada com a possibilidade de me embrenhar por um tema diferente, porém, assim como nos contos do desafio, o primordial nesta etapa não é apenas querer escrever a historia, mas saber sobre o que se irá escrever, e ai começa o trabalho de pesquisa.
Eu sabia que tinha alguma coisa entre os quadrinhos aqui de casa, era só fusar e fusar, que sairia alguma coisa, e achei aquelas velhas edições em preto e branco e de capa rosa das Historias do Oeste. Havia apenas uma edição aqui chamada Sand Creek. Foi o suficiente para começar. Sua primeira página foi o estopim, alias. Mostrava a perspectiva de um abutre rondando algo que lhe atrai o olfato. A cena começava bem do alto, dos cânions:

“O abutre, junto com o coiote, é o varredor das zonas desérticas. Como todos os animais de rapina diurnos, é dotado de visão aguçada...”.

Depois a cena acompanha a descida da ave carniceira, mostrando o que ela rondava, até a perspectiva cair na cena do homem no chão, ainda vivo. Esta cena não só me deu uma ideia de como começar meu conto, como a estrutura dele: Começo descrevendo o ambiente de forma ampla, e depois vou afunilando os acontecimentos, até me deter em algo bem especifico, que irá conduzir o resto da trama, da mesma forma que os quadros da revista.

O conto em si começou a ser escrito na cidade de Ouro Branco, em MG, nas minhas férias de dezembro, quando para este estado fui, visitar amigos. Esta cidade tem uma grande serra e as ruas uma peculiar poeira vermelha proveniente do minério extraído, e um jeito de lugar bem pacato.  A poeira me lembrou o deserto, os cânions, o Golden Valley, então...peguei o caderninho que havia trazido na mala e comecei...quando terminei a viagem, em Belo Horizonte, fui à sebos atrás de revistas de Western e voltei com algumas boas inspirações e indicações (salve o Edificio Maleta e o Anderson da revistaria na Rua da Bahia!).
Também não consigo escrever sem música, sem ter algo inspirador ao fundo me impulsionando. Não foi de todo fácil achar musicas de velho-oeste que se encaixassem com o tema sobrenatural, mas descobri boas canções que tinham nuances soturnas e se encaixaram perfeitamente em Cursed City. Ennio Morricone foi o principal, com “Esctasy of Gold” (Metallica que me perdoe, mas essa ficou bem mais no tom do oeste que eu precisava), “Come Una Sentenza” e “Armonica” (ou “Era uma vez no oeste”), essa última com um som lembrando gaita que arrepia até a alma. Também usei muito o oboé de Grieg em “Entardecer nas Montanhas” nas cenas em que Anabelle agoniza, bem sombria essa musica também. 

Como tema, eu não conseguia imaginar outro: vingança. E imaginava isso sendo feito de um modo incomum, algo que pudesse aliar um sofrimento humano e um revide sobrenatural, na mesma pessoa. Uma vez que, quem entrasse em Cursed City, provavelmente não conseguiria sair, que essa pessoa, pelo menos conseguisse seu ‘troco’, mesmo que precisasse deixar sua alma a mercê das sombras.

No final, eu estava, diferente do começo, com muita vontade de participar. Tinha gostado muito de escrever essa historia, e quase estourei o prazo, porque não conseguia me decidir pelo nome do conto! Rsrs, de inicio, pensei em “A vingança dupla” ou “A vingança de Maniah”, mas um nome súbito me acometeu, e pensei na ideia que queria passar...então o intitulei como “Deixe-me Entrar”, que, segundo algumas pessoas, ficou legal. Ainda bem! E depois foi roer as unhas esperando o resultado, que recebi com muito contentamento e alivio. Rs.

Aqui vai um trechinho de degustação.

“(...) Anabelle sobressaltou-se, embora não pudesse mover o corpo. Sentia como se todos seus ossos tivessem sido esmigalhados e seu rosto colado ao chão. Gotas de sangue escorriam por dentro de seu olho, mas ainda conseguia move-lo lentamente. Mas nada viu. Só sentia a presença e o medo.(...)”


Tem uma frase do Stephen King no final do livro Tripulação de Esqueletos (1985) que gosto muito:
“Obrigado por acompanhar-me – eu gostei. Eu sempre gosto. Espero que tenha chegado são e salvo e que voltará – porque, como diz aquele curioso mordomo, naquele singular clube de Nova York, há sempre mais histórias”.

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Os comparsas com os quais tive o prazer de dividir os alicerces desta cidade amaldiçoada:

Xerife prefaciador: Adriano Siqueira

Bandido Convidado: André Bozzetto Jr. (A balada do coyote)

Os Procurados: Alfer Medeiros (O gigante, a curandeira e a lutadora de kung-fu), Alliah (Just like Jesse James), Ana Cristina Rodrigues (Aquele que vendia vidas), Carolina Mancini (Número 37), Chico Pascoal (Duas lendas), Cirilo S. Lemos (Por um punhado de almas), Davi M. Gonzales (Ainda dói?), Ghad Arddhu (Oricvolver), Georgette Silen (A mão esquerda da morte), Jota Marques (As desventuras do pequeno Roy), Lucas Rocha (O fantasma de Franklin Stuart), M. D. Amado (Nem sempre a fé te salvará), Marcel Breton (Sombras), Romeu Martins (Domingo, sangrento domingo), Tânia Souza (Demônios da escuridão),  Valentina Silva Ferreira (Sally), Verônica Freitas (Deixe-me entrar), Yvis Tomazini (Só o dinheiro dos mortos) e Zenon (Descanse em paz).

Continuo em breve com os outros livros.

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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Lançamento de Cursed City e surpresas

No próximo sábado (14/05) acontecerá o lançamento da antologia de contos assombrosos do velho oeste: Cursed City: Onde as almas não tem valor, da qual, com imensa felicidade, participo com o conto Deixe-me Entrar. A Editora Estronho caprichou na criatividade e arte do livro e estou ansiosa por tê-los em mãos (com buraco e tudo, rs).

Segue o convide para o evento, que acontecerá em São Paulo, junto a outros dois lançamentos: Insanas...elas matam! (Estronho) e Rei Rato (Tarja Editorial).



Algumas curiosidades do livro:


Nem mesmo o livro foi poupado pelos pistoleiros e toda sorte de facinolas que assolaram essa cidade maldita, mandaram bala mesmo XD!! rsrs












 


 E além disso, um dos autores, o brother Yvis Tomazini (do blog A CANETA SELVAGEM), autor do conto "Só o dinheiro dos Mortos", teve uma ideia pra lá de bacana, fez um filminho divulgando seu conto e também a antologia, vale a pena conferir, ficou muito legal e criativo!




Como chegar ao lançamento: BAR PIER 1327

sábado, 4 de dezembro de 2010

Cursed City: Onde as almas não tem valor


“Cursed City é uma velha cidade do oeste, que como outra qualquer, convive com os mais diversos problemas, como arruaceiros perturbando a ordem, pistoleiros cruéis, prostituição, jogatina e todo tipo de bandido em fuga para o México. Também é alvo constante de ataques por parte de uma das tribos indígenas mais perigosas de todos os EUA, os Apaches, que sob o comando do chefe Cochise, vez por outra, resolve saquear a cidade.
Mas a população de Cursed City preferia conviver com tudo isso ao mesmo tempo e em todos os dias da semana, do que passar pelas provações dais quais são submetidos em certa noites, que trazem em seu manto surpresas extremamente desagradáveis.  Nessas noites, até mesmo os mais valentes homens e os mais terríveis assassinos se escondem em seus buracos imundos, esperando a morte chegar.
Nem mesmo o próprio diabo se permite passear sozinho por aquele pedaço de terra amaldiçoado…”


Os interessados em participar dessa estronha ideia, é só botar a caichola para funcionar e convidar seus personagens para adentrar neste cenário infernal, o enredo é livre, desde que ambientado dentro da cidade amaldiçoada.

Para isso, conheçam melhor Cursed City: http://www.estronho.com.br/cursed

 E vamos assombrar o velho-oeste....

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Cursed City é uma antologia do Estronho, organizada por Fernanda Morbida e M. D. Amado.

 

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

PROMOÇÃO DE LIVROS


Os blogs Mania de Ler e Apaixonada por Romances se uniram para sortear Wake e Fade,primeiro e segundo livros da trilogia da autora Lisa McMann
Você está sozinho em seus sonhos??
Ou ela está lá??
Você pode ouvi-la??
Você pode vê-la??
Ela pode ajudar você se você deixar.
Mas quem irá ajudá-la?

Seus sonhos, não são seus sonhos.

•Sorteio começa dia 24/11/10 e irá até 23/12/10
Saiba como participar e concorrer aos dois livros acessando este site: http://maniadeler-rbk.blogspot.com/2010/11/promocao-dos-sonhos.html

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Resenha: Formaturas Infernais


Cinco histórias de terror, cinco autoras de sucesso, um tema central: a Formatura no colégio. Eis um grande marco em várias das histórias norte-americanas; Mas e se esse tema já tão exaustivamente abordado, fosse discutido de outra forma? E se a noite do baile não terminasse com a grande dança, o casal perfeito, a noite dos sonhos e seus vestidos de festa, mas com morte, medo, sangue e desordem?

Eis a proposta da coletânea de contos Formaturas Infernais (Prom nights from hell, 2009) que passam por várias vertentes misturando historias de assombração a terror e ação, mistério e romance.

O nome das autoras dispostas na capa mostra uma certa tendência comercial em chamar a atenção para as mais conhecidas na atualidade, Meg Cabot e Stephenie Meyer, logo no topo da lista, porém devo confessar que os contos delas (que abrem e fecham o livro) não me impressionaram tanto, alias, a disposição deles mostra que obviamente queriasse deixar o conto da autora mais popular e aguardada (Meyer) para o final. E o mais fraco (Cabot) para iniciar a trama.
O conto que mais gostei (Lauren Myracle), porém, ficou no final dessa listinha chamativa da capa ^^.

Vamos aos contos:

A Filha da Exterminadora (Meg Cabot)
História de vampiros. Na verdade nos vemos num conto que parece um apêndice de uma história desconhecida, como o legado da exterminadora para sua filha, Mary. Talvez seja e eu não saiba e já fiz muito isso, de escrever um conto originado de uma historia maior e as correlações ficarem evidentes, nem sempre da certo.
Meg escreve de uma maneira bastante coloquial e juvenil, uma leitura fácil e que lembra muito filmes de adolescentes. Dinâmica, mas sem profundidade, sua historia de uma caçadora de vampiros no baile de formatura não assusta ou marca (mesmo que ela esteja caçando o filho do Drácula), é apenas um entretenimento passageiro. A historia escrita pelos olhos de dois personagens principais (um casal) é um artificie interessante, mas sem grandes surpresas.


O Buquê (Lauren Myracle)
Eis o conto que foi renegado ao final da lista na capa do livro, mas como diz o ditado, “Os últimos serão os primeiros”, rs,  e de todos, sem dúvida, esse é o melhor conto do livro, não apenas pela condução da historia típica de um conto de terror, mas por ser o único cujo final não é nada, nada feliz.
Na introdução a autora informa que este conto foi inspirado em um que a assustou quando era adolescente, publicado na virada do século, chamado “A Pata do macaco”, de W.W. Jacobs (anexado no final deste post). Os contos típicos de terror são bases excelentes para historias contemporâneas do gênero e essa não poderia ter sido melhor. Ele todo é permeado por essa aura de maldições antigas, mesmo com uma ambientação juvenil. Me remeteu a muitas outras historias típicas de horror.
E se tudo o que você quisesse fosse que aquele cara que você gosta se declarasse, ou perdesse o medo e decidisse te convidar para o baile? É um anseio normal para a idade. No entanto, o que aconteceria se os desejos borbulhantes da adolescência esbarassem com um artefato mais antigo que os pais de seus pais e tão sobrenatural que seria capaz de realizar tais ambições, porém cobrando um preço tão alto quanto inimaginavel.
Cuidado com o que deseja é o tema central da trama com ares de maldição. O desejo é algo perigoso, pois dependendo da intensidade  e a inadvertida vontade de realiza-lo, podemos estar deixando ao acaso se encarregar da confecção dele, da forma que lhe aprover, mesmo que o preço, no final das contas, nos mostre que não valeu a pena e só nos reste querer que tal coisa jamais tivesse se realizado.

Madison Avery e a Morte (Kim Harrison)
Esse não é um conto ruim, só não me parece um conto. É longo demais. Ele dá a sensação (depois de certo ponto) que estamos diante da introdução de um livro (ou pelo menos um ensaio para a confecção de um romance) e não de um conto. Não, o conto propriamente dito acaba nas primeiras 20 páginas, aproximadamente (das 66 totais), com o final do primeiro (dos quatro) capítulos. Quando findei essas 23 paginas realmente achei que o conto tinha acabado. O final era perfeito para o desfecho de uma historia curta e sobrenatural e se acabasse ali ficaria em 2° lugar como melhor conto (bem, fica de certa forma, pois não elegi um segundo lugar depois do conto da Lauren). Mas não, ele continuou e muito além do que imaginei. Num meio termo eu diria que ele é ruim, mas não, ele conseguiu ser um bom conto nas primeirs páginas e um bom romance nas ultimas, com um gosto irresistível de continuação, de nos vemos no próximo capitulo. Impossivel essa historia ter acabado ali.
E não acaba, rs. Essa era a primeira impressão que tive (e muitos podem ter) e queria registrar, mas essa na verdade é a primeira parte da saga de Madison Avery após se dar mal no baile e ficar no limiar da vida com a morte quando rouba um amuleto do seu algoz., que lhe da o poder de congelar nesse estado não-morto. A continuação esta neste book da Kim "Once dead twice shy" (Uma vez morto, duas vezes timido) sem tradução ainda no Brasil. Sniff....

Salada Mista (Michele Jaffe)
Apesar desse ser o maior conto do livro, ele se fragmenta em vários capítulos e não dá nem para perceber, como o conto da Harrison. Tem o mesmo jeito coloquial e dinâmico da Cabot, porém, com mais consistência. É o mais descontraido da série, bastante jovial. Até certo ponto não sabemos bem o que esperar dele. A história começa narrando eventos finais e desconexos, então somos forçado a imaginar quem eram os personagens em cena e como eles chegaram aquilo...e ainda conseguimos ser surpreendidos em como achamos que sabemos do que se trata depois de certo ponto e nem chegar perto.
A curiosidade desse conto é que ele tem uma ressalva que não o faz ser uma mera historia de adolescente na semana do baile, como aparentemente é, e o encaminha aos poucos a acontecimentos maiores e mais bizarros sem parecer forçado pela temática do livro.

Inferno na Terra (Stephenie Meyer)
Uma interessante historia de seres sobrenaturais infiltrados no meio dos adolescentes, que acabam por se envolver nas garras do romance. Felizmente essa não é uma historia de vampiros, rs. Não é que não goste das sagas vampirescas da Meyer, mas seria bom ler outra coisa que não fosse do universo dos Cullen vinda das mãos dela.
Um sujeito muito boa praça é abandonado por sua acompanhante na noite do baile. Logo temos muitos outros casais em situações parecidas, trocando de pares e criando desavenças e caos. A causa disso tudo é uma demônia que busca subir de nível transformando aquela noite que deveria ser de festa e descontração num pesadelo. O modo como se conduz a trama, os personagens e a forma como o encontro deles faz tudo mudar tem o seu charme, e o final voltado para o romance (e, de certa forma, a salvação através dele) é bem a lá Meyer.

Sobre as autoras
Meg Cabot
Meg Cabot é autora da série best seller O Diário da Princesa, adaptada para o cinema pela Disney. É autora também da série  A Mediadora. Ela divide seu tempo entre Flórida e Nova York, com o marido e uma gata de um olho só chamada Henrietta (os autores e seus gostos por gatos...^^).






Lauren Myracle 
Lauren Myracle é autora de vários romances para jovens leitores, como Rhymes with Witches e os best sellers TTYL e TTFN (infelizmente não traduzidos ainda para o Brasil). Ela vive com a família no Colorado.









Kim Harrison
Kim Harrison nasceu e foi criada no Meio- Oeste americano. Depois de se formar em Ciências, ela se mudou para a Carolina do Sul, onde vive desde então. É autora de Dead Witch Walking, The Good, The Bad, and The Undead, Every Which Way but Dead e A Fistful of Charms (também não vindos para o Brasil).






Michele Jaffe
Michele Jaffe é autora de Bad Kitty, assim como de romances como Bad Girl e Loverboy. Nascida em Los Angeles, Michele mora em Las Vegas com o marido, seu globo de discoteca e um carpete enorme imitando pele de zebra (que excentrica! rs).





Stephenie Meyer
Stephenie Meyer é autora da série vampiresca Crepúsculo. Formada em Literatura Inglesa pela Brigham Young University, ela vive com o marido e três filhos no Arizona.








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Uma palhinha do conto que serviu de inspiração para Lauren Myracle:



A Pata do Macaco
(W.W. Jacobs, 1902)



Lá fora, a noite estava fria e úmida, mas na pequena sala de visitas de Labumum Villa os postigos estavam abaixados e o fogo queimava na lareira. Pai e filho jogavam xadrez: o primeiro tinha idéias sobre o jogo que envolviam mudanças radicais, colocando o rei em perigo tão desnecessário que até provocava comentários da velha senhora de cabelos brancos, que tricotava serenamente perto do fogo.
— Ouça o vento - disse o Sr. White, que, tendo visto tarde demais um erro fatal, queria evitar que o filho o visse.
— Estou escutando - disse o último, estudando o tabuleiro ao esticar a mão.
— Xeque.
— Eu duvido que ele venha hoje à noite - disse o pai, com a mão parada em cima do tabuleiro.- Mate - replicou o filho.
— Essa é a desvantagem de se viver tão afastado - vociferou o Sr. White, com um a violência súbita e inesperada. - De todos os lugares desertos e lamacentos para se viver, este é o pior. O caminho é um atoleiro, e a estrada uma torrente. Não sei o que as pessoas têm na cabeça. Acho que, como só sobraram duas casas na estrada, elas acham que não faz mal.
— Não se preocupe, querido - disse a esposa em tom apaziguador. - Talvez você ganhe a próxima partida.O Sr. White levantou os olhos bruscamente a tempo de perceber uma troca de olhares entre mãe e filho. As palavras morreram em seus lábios, e ele escondeu um sorriso de culpa atrás da barba fina e grisalha.
— Aí vem ele - disse Herbert White, quando o portão bateu ruidosamente e passos pesados se aproximaram da porta.O velho levantou-se com uma pressa hospitaleira e, ao abrir a porta, foi ouvido cumprimentando o recém chegado. Este também o cumprimentou, e a Sra. White tossiu ligeiramente quando o marido entrou na sala, seguido por um homem alto e corpulento, com olhos pequenos e nariz vermelho.
— Sargento Morris - disse ele, apresentando-o. O sargento apertou as mãos e, sentando-se no lugar que lhe ofereceram perto do fogo, observou satisfeito o anfitrião pegar uísque e copos, e colocar uma pequena chaleira de cobre no fogo.Depois do terceiro copo, seus olhos ficaram mais brilhantes, e ele começou a falar, o pequeno círculo familiar olhando com interessante este visitante de lugares distantes, quando ele empertigou os ombros largos na cadeira e falou de cenários selvagens e feitos intrépidos: de guerras, pragas e povos estranhos.
— Vinte e um anos nessa vida - disse o Sr. White, olhando para a esposa e o filho. - Quando ele foi embora era um rapazinho no armazém. Agora olhem só para ele.
— Ele não parece ter sofrido muitos reveses - disse a Sra. White amavelmente.
— Eu gostaria de ir à Índia - disse o velho - só para conhecer, compreende?
— Você está bem melhor aqui - disse o sargento, sacudindo a cabeça. Pôs o copo vazio na mesa e, suspirando baixinho, sacudiu a cabeça novamente.
— Eu gostaria de ver aqueles velhos templos, os faquires e os nativos - disse o velho. - O que foi que você começou a me contar outro dia sobre uma pata de macaco ou algo assim Morris?
— Nada - disse o soldado rapidamente. - Não é nada de importante.
— Pata de Macaco? - perguntou a Sra. White, curiosa.
— Bem, é só um pouco do que se poderia chamar de magia, talvez - disse o sargento com falso ar distraído. Os três ouvintes debruçaram-se nas cadeiras interessados. O visitante levou o copo vazio à boca distraidamente e depois recolocou-o onde estava. O dono da casa tornou a enchê-lo.
— Aparentemente - disse o sargento, mexendo no bolso - é só uma patinha comum dissecada. Tirou uma coisa do bolso e mostrou-a. A Sra. White recuou com uma careta, mas o filho, pegando-a, examinou-a com curiosidade.
— E o que há de especial nela? - perguntou o Sr. White ao pegá-la da mão do filho e, depois de examiná-la, colocá-la sobre a mesa.
— Foi encantada por um velho faquir - disse o sargento -, um homem muito santo. Ele queria provar que o destino regia a vida das pessoas, e que aqueles que interferissem nele seriam castigados. Fez um encantamento pelo qual três homens distintos poderiam fazer, cada um, três pedidos a ela. A maneira dele ao dizer isso foi tão solene que os ouvintes perceberam que suas risadas estavam um pouco fora de propósito.
— Bem, por que não faz os seus três pedidos, senhor? - disse Herbert White astutamente.O soldado olhou para ele como olham as pessoas de meia-idade para um jovem presunçoso.
— Eu fiz - disse ele calmamente, e seu rosto marcado empalideceu.
— E teve mesmo os três desejos satisfeitos? - perguntou a Sra. White.
— Tive - disse o sargento, e o copo bateu nos dentes fortes.
— E alguém mais fez os pedidos? - insistiu a senhora.
— O primeiro homem realizou os três desejos - foi a resposta. - Eu não sei quais foram os dois primeiros, mas o terceiro foi para morrer. Por isso é que consegui a pata. Seu tom de voz era tão grave que o grupo ficou em silêncio.
(...)

Leia o conto na integra: A Pata do Macaco - W.W. Jacobs

Baixe o livro: Formaturas Infernais

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Crepúsculo




Terminei o livro “Crepúsculo” (Twilight, 2008) há pouco tempo e resolvi voltar a assistir o filme, que já tinha visto antes de ler o livro (não sabia que ganharia esse livro um tempo depois, senão teria esperado). A primeira vez que ouvi falar dessa obra foi quando vi o cartaz do filme como papel de parede em um computador da faculdade. Tentei me lembrar de onde já tinha visto a carinha branca de Kristen Stewart e do seu Romeu vampírico. Era de um outro filme bem menos popular da mocinha, mas cujo papel ela desempenhou de forma bastante parecida com a sua Bella, de Twilight. Produzido por um canal de televisão americano (Showtime), Kristen é Melinda Sordino em "O Silencio de Melinda" (Speak, 2004), uma adolescente que perde a amizade de seu grupo de amigas por um equivocado incidente e vive solitária e em silêncio desde então, sem conseguir expressar o trauma que sofreu, sendo culpada e isolada pelos outros. O interessante em ambas as personagens de Kristen é no modo como ela conseguiu dar alma aos papeis de garotas tão deslocadas. Acredito que a própria atriz tenha algo disso. Semelhante também são as suas narrações durante o filme. “Nunca pensei muito em como morreria...” quando Twilight começou com essa narração em primeira pessoa da protagonista me vi com um sorrisinho no rosto lembrando que já tinha visto ela fazer isso em Speak, “O primeiro dia no colégio: Sete cadernos novos, uma saia que odeio e dor de barriga.”
O Romeu vampirico da moça (Robert Pattinson como Edward) eu já tinha visto no Cálice de Fogo, 4º filme da franquia de Harry Potter, como Cedrico Diggory, o vencedor da taça Tribruxo que é morto por Voldermort. Achei boa a escolha, não só pela beleza e palidez do rapaz (seria essa palidez efeitos visuais ou de computação? As vezes não dá para acreditar em como esses atores hollywoodianos conseguem ser tão brancos, rs), mas porque ele tem um aspecto bastante austero e enigmático, que combinou com seu papel sobrenatural, mas não assustador.
Dizem que Kristen como Bella ficou sem graça, que a mocinha não parecia animada para desempenhar a personagem, de certa forma talvez tenha parecido um pouco, mas não acho que foi para tanto, penso que seja devido a essa aura meio deslocada que ela tenha e que faz suas personagens terem um ar meio melancólico. Mas é só uma suposição.
Já no livro, também houve criticas (e essas muito mais ferrenhas) à Bella. E concordo que ela tenha se tornado uma personagem chatinha do meio para o final do livro em que começa a perseguição dos ‘vampiros maus’ atrás dela. Cansativo também era a forma como ela vivia ressaltando o modo como Edward a deixava extasiada, tonta, sem palavras, como ele era lin
do, maravilhoso, perfeito, blábláblá. Parecia que ela estava o tempo todo se rebaixando ante a grandiosidade do vampiro perto dela, o que só serviu para fazê-la parecer uma personagem sem muita credibilidade, isso ficou meio evidente dessa parte ‘meio-fim’ do livro, e tirou um pouco o encanto da cena mais corajosa dela na obra — onde ela vai se encontrar com o bad vamp para o seu ‘sacrifício’ — pois ela mesma já tinha se ridicularizado tanto que não parecia que faria grandes coisas (eis uma cena que ficou melhor na versão cinematográfica, em que, como versão resumida do livro, não a víamos se inferiorizando dessa maneira).
Quando comecei a ler o livro ele era muito semelhante ao filme, até mesmo a narração inicial de Bella sobre sua morte e fiquei um pouco desanimada, achando que leria apenas uma versão estendida do que já tinha assistido. Mas me enganei. O filme é bem editado mesmo, com algumas cenas ‘fundidas’ para que desse para contar boa parte da história aproveitando os momentos marcantes. No livro temos uma série de cenas não aproveitadas, mas que são muito boas e que até mudam a direção em alguns momentos do que foi mostrado no filme. Essa parte inicial do livro me deixava lendo por horas de tão cativante, como o conhecimento de Bella por Forks a amizade incomum dela por Edward — que despertava ciúmes em uns, inveja em outras e espanto na maioria — que aos poucos foi evoluindo para algo mais forte e romântico e não tão rapidamente. O convívio dela com o pai, com os outros amigos. Essa parte simples e romântica da história foi o que mais gostei em “Crepúsculo”, mas acho que Stephanie Meyer não foi muito feliz quando tentou colocar muita ação na história e misturar isso com o romance de Bella e Edward. Só ressaltou o quanto ela se achava frágil e patética perto dele. Essa personagem tinha muito para ser bem mais o que Kristen deu à Bella na versão cinematográfica do que Stephanie deu a ela no livro.

Gostei da história, gosto desses romances que não são só romances, que tem algo mais antigo e sobrenatural por trás. Ambas são boas (livro e filme), cada um a seu modo, o filme com ótimos movimentos de câmeras e musica inspiradora (não parecia que o casal principal estava mesmo no alto daquele imenso pinheiro quando a câmera os filmou por cima?), e sem uma Bella depreciativa. O livro com uma história bem mais detalhada e profunda do inicio da mocinha nesse mundo sobrenatural e fascinante. A idéia de mostrar vampiros diferentes também foi boa, vegetarianos, que tentavam viver como pessoas normais, que podiam até sair de dia, mesmo que fossem em dias nublados, e que não derretem ao sol, mas sim brilham! Rs. Isso mostra que a imaginação tem asas para voar muito além do tradicional e corriqueiro. Mesmo que a autora não tenha acertado na dose da sua protagonista, ainda temos mais 3 livros pela frente para ela dar um jeito nisso.
E afinal, a quantidade de livros que já tem na sequencia de Twilight me parece aquelas franquias ‘lance um livro e fature um filme’ que é o que vai virar. Mas tudo bem, sorte a dela. Rs.
Mas agora que terminei o livro e revi o filme acho que vou ler o livro de novo. Ehehe...

domingo, 21 de junho de 2009

Dicas para escrever melhor

Estou fusando na net nesse domingo vagaroso, lendo coisas...e me deparei com um post em um blog que falava de umas dicas para escrever de um escritor que gosto muito, o Stephen King.
Muitos acham que eu sou fã do King pelo fato de ser fã do gênero do qual ele é considerado o mestre contemporrâneo (terror). Na verdade eu ainda não virei fã de escritor nenhum, tem os que eu gosto, mas não sou devota de nenhum em especial, rsrs. Apesar de ter mais de 20 livros do homem, não sou fã dele, por vezes a sua literatura me irrita um pouco com um certo excesso de 'informalidade' (não sei se é coisa tipica da cultura Mcworld de acabar meio que estilizando as coisas), mas é só às vezes, boa parte do tempo ele esta me assustando (ou me fascinando) com suas histórias que vão de cemitérios zumbis até contos sobre adolescentes buscando o autoconhecimento. Foi um bom ponto de partida também para eu começar uma leitura mais madura do gênero terror e conhecer outros escritores do mesmo gênero e gêneros derivados deste.

Mas bem, bem, se tem uma coisa que o King sempre frisa é que ele escreve demais, e como! Tem até livro estilo 'fundo de gaveta da escrivaninha velha' que ele resolveu escrever com contos deixados de lado por muito tempo (Pesadelos e Paisagens Noturnas que o diga!). Ele escreve bons contos como Às vezes eles voltam (não sei se é porque Sombras da Noite foi seu primeiro livro de contos, mas os contos dele são muito bons) que me deixou arrepiada a noite toda. Mas a maioria (pelo menos depois desse primeiro livro) deixa a desejar, pois como dizia Jorge Amado, ser escritor de romance e de contos e fazer os dois estilos terem qualidade é coisa rara (se referindo a Graciliano Ramos, que fazia os dois muito bem, mas também pudera, Graciliano era extremamente conciso), e se tem uma coisa que o King é, é prolixo assumido. Mas gosto da maneira como ele descreve as coisas (jeito que até adaptei para mim, pois também gosto de fazer isso), claro que num romance fica muito melhor, tem mais 'espaço', rsrs.

Bem, bem, vamos as dicas que o autor dá para escrever bem (dicas tiradas do blog Efetividade.net):

Vá direto ao ponto - ou pelo menos chegue logo ao ponto. Não desperdice o tempo do leitor com longas introduções e prolegômenos. Não gagueje.
(Putz, eu fazia tanto isso, antigamente eu achava importante essas 'preliminares literárias', mas tenho aprendido que isso não cansa só meu leitor, como a mim também, rs).

Escreva um rascunho e deixe decantar - depois de escrever o rascunho, guarde por algum tempo, aguarde maturar, e só então revise e prossiga. Isto lhe permitirá ver o texto sob outra perspectiva, diferente daquela sob a qual você o escreveu, e assim facilita aplicar os cortes e edições que você talvez nem perceberia que precisava fazer.
(Outra coisa que também tenho feito com frequência: revisão de textos antigos e de 'novos', mas que deixo 'descansar' para só então ver melhor como está, é uma forma de criar um novo gás para escrever também, caso a inspiração tenha dado uma murchada ao longo da escrita).

Corte seu texto - King fala em cortar 10% do total - foi um conselho que ele recebeu em uma carta de rejeição de um texto seu, no início da carreira, e que seguiu desde então. Remova palavras, frases e capítulos supérfluos.
(Esse corte é puxado pela dica anterior de deixar o texto descansar um pouco. Pegar ele depois de um tempo ajuda muito a ver esses pontos a serem editados - e como aparecem! - e até coisas que poderiam ser escritas de maneira a economizar muito!)

Leia muito - precisa explicar? Para escrever bem, é preciso ler bem. Aumentar sua quilometragem, aprender fatos e estilos novos, saber melhor o que fazer (e o que não fazer). Não é difícil, e vale a pena.
(Voltei a ler bastante, pois minha vontade de escrever voltou com força depois de muito tempo meio 'inativa'. É muito importante para desenvolver o vocabulário também e formas de se expressar (só quem escreve sabe como é frustrante ter a idéia, mas não conseguir expressá-la no papel)).

Escreva muito - o aperfeiçoamento vem com a prática, assim como nos esportes. Escreva, e depois escreva mais, e assim você vai melhorar cada vez mais.
(Escrever e escrever, e depois escrever mais um pouquinho nas linhas que sobrarem é meu passatempo favorito!)

domingo, 14 de dezembro de 2008

O Quatrilho

É, isso vai soar estranho, eu gosto de rock, bruxas, livros de terror, e vou indicar....literatura romântica sobre imigrantes italianos? Calma, esse livro, por incrível que pareça, passa longe do Terra Nostra e daquelas historinhas manjadas dos italianos que vieram para o Brasil, va bene! Sério. Essa obra do José Clemente Pozzenato, que virou filme em 95 e foi indicado ao Oscar como melhor filme estrangeiro, com Patricia Pillar e Glória Pires me cativou quando li (e eu tinha verdadeiro pavor dessas histórias de italiano, sério, aquelas novelas me deixavam atemorrizada quanto ao futuro da criatividade brasileira). Primeiro porque é uma trama fechada, não temos uma penca de gente que veio ganhar a vida no Brasil e blablabla, com os senhores brasileiros a lhes ditar regras e eles tentando 'conseguir seus direitos' e blablabla.....todo mundo já sabe que isso acontece mesmo, então não há muita enrolação em cima deste tema, somos apresentados a dois casais italianos que vem para o Brasil e que decidem morar na mesma casa, numa cidade do Sul. A inocencia inicial em compartilhar o mesmo teto vai criando um verdadeiro terreno para o adultério, é muito legal ir constatando que o marido de uma é a cara da mulher do outro e de que como se eles simplesmente 'trocassem' de mulheres os pares ficariam perfeitos. É interessante perceber isso acontecendo aos poucos, o que nutre até um sentimento de esperança que a 'troca' realmente aconteça e dê certo (sem nenhum final trágico ou algo do gênero, bem shakespereano e típico de novela), para que os casais possam ser felizes com sua (literalmente) verdadeira cara-metade. Recomendado!

sábado, 13 de dezembro de 2008

As Pupilas do Sr. Reitor

Esse é para as (ou os) que gostam de histórias românticas, leves, sem exageros, do tipo “água com açucar”. Sem dúvida As Pupilas é um dos melhores livros que já li. Mas não me encantei de primeira, demorou mais de um ano desde o dia em que o comprei num sebo e para ter coragem de lê-lo. Na verdade eu nem sabia direito porque tinha comprado, parecia um daqueles livros meio maçantes de literatura clássica e que eu não tinha animo para ler. Mas quando o peguei não quis mais largar. Sabe aquelas histórias românticas sobre você conhecer alguém na infância, parece que iam viver juntos para sempre, mas algo os faz se separarem. E daí muito tempo depois os seus destinos voltam a se reeencontrar, mas ai....ele já não lembra dela! E ela morre de vergonha de chegar perto dele pois ele virou um rapaz muito atraente e que chama a atenção de muitas garotas, e ela é só uma pobre rapariga. Bem, acho que em algum lugar você já deve ter visto historia parecida, principalmente naqueles filmes americanos que adoram abordar o tema “Como esses dois vão ficar juntos?”. São histórias divertidas, mas eu prefiro esse doce livro do português Julio Dinis. É muito cativante a sua história de Margarida, Clara e Daniel. Leitura recomendada para os que gostam do gênero.